quarta-feira, 20 de maio de 2020

MCTIC vai iniciar novos testes clínicos com nitazoxanida


O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) vai começar a fazer um novo tipo de teste clínico com o antiparasitário nitazoxanida em pessoas contaminadas com a Covid-19. O anúncio foi feito pelo ministro Marcos Pontes, nesta terça-feira (19). Os novos testes vão incluir 500 pacientes na fase inicial da doença, com sintomas leves ou assintomáticos.

“Nesta segunda fase de testes, a ideia é verificar a eficácia da nitazoxanida na fase inicial da doença. O objetivo desse novo protocolo é averiguar se a droga poderá evitar que a doença evolua para um quadro mais grave”, explicou o ministro.

A nitazoxanida já está sendo testada pelo ministério há algumas semanas em outro grupo de 500 pacientes com sintomas graves da doença ou hospitalizados. Esse primeiro teste ainda não foi concluído e os resultados iniciais deverão ser avaliados por uma comissão técnica externa. “Estamos na fase de conclusão da primeira fase de testes, mas a conclusão depende da velocidade de entrada de novos pacientes”, ressaltou o ministro.

Os testes clínicos com o antiparasitário estão sendo realizados em 17 hospitais de 7 capitais brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Recife, Manaus e Curitiba.

A seleção da nitazoxanida faz parte de uma estratégia chamada de reposicionamento de fármacos, adotada por uma força-tarefa formada por 40 cientistas do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio), que integra o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização social do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

Foram testados 2 mil medicamentos com o objetivo de identificar fármacos compostos por moléculas capazes de inibir proteínas fundamentais para a replicação viral. Com uso de alta tecnologia como biologia molecular e estrutural, computação científica, quimioinformática e inteligência artificial, os pesquisadores identificaram seis moléculas promissoras que seguiram para teste in vitro com células infectadas com o SARS-CoV-2. Desses seis remédios pesquisados, os cientistas do CNPEM/MCTIC descobriram que dois reduziram significativamente a replicação viral em células. O remédio mais promissor apresentou 94% de eficácia em ensaios com as células infectadas.

Testes rápidos

O ministro Marcos Pontes ressaltou que o MCTIC também está atuando para diversificar a oferta de testes rápidos contra a Covid-19. Uma das ações é utilizar reagentes produzidos no país para a realização de testes, dispensando a importação dos produtos. Outra iniciativa busca o desenvolvimento de testes rápidos com utilização de tecnologia e inteligência artificial.

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