terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Pernambuco: oposição lança frente para bater o PSB


Lideranças políticas enfatizaram que, nem em 2006, tantas pessoas se uniram contra um governo

Do Dario de Pernambuco - Aline Moura e Rosália Rangel

Tinha gente sentada no chão, em pé, nos degraus do palco. O espaço de festa do Arcádia, no Paço Alfândega, no Recife, ficou pequeno, ontem, durante o maior evento realizado pela oposição contra o governo Paulo Câmara (PSB), faltando mais de dez meses para as eleições. Os candidatos ao Palácio das Princesas e ao Senado do grupo procuraram mostrar unidade para quebrar o discurso de divisão lançado contra eles – pregado pelo PSB. Os depoimentos foram centrados nos índices negativos da gestão socialista e no futuro de Pernambuco pós-Eduardo Campos (PSB), que faleceu em 2014.

Todos os presentes enfatizaram que a gestão de “Paulo Câmara não representa mais nada do seu antecessor”. Trataram o governo adversário como “um apagão” e bateram na tecla de que, por conta da “ineficiência” e “incapacidade de juntar”, nunca mais tinha se visto no estado uma frente de oposição com tantos partidos como agora (são oito legendas). 

O evento foi planejado para não gerar ciumeiras, dando espaço inclusive às poucas mulheres que ocupam cargos expressivos na política, como Raquel Lyra (PSDB) e Priscila Krause (DEM), esta última escolhida para ler o manifesto lançado pelo bloco.

Os principais postulantes da oposição ao governo, Armando Monteiro Neto (PTB) e Fernando Bezerra Coelho (PMDB), ficaram no centro da mesa, mas o cerimonial fez questão de misturar os palanques. As pessoas mais ligadas a Armando ficaram ao lado de Fernando Bezerra. E os mais próximos de FBC sentaram do lado de Armando. 

O deputado federal Bruno Araújo (PSDB), que comandou a pasta de Cidades, ficou no meio dos ministros Mendonça Filho (Educação) e Fernando Filho (Minas e Energia). “Nunca houve um início de movimento político da oposição com tantas lideranças, como as que estão aqui. Daqui desta mesa, vamos eleger o próximo governador de Pernambuco”, declarou o ex-governador João Lyra (PSDB).   

O vereador André Régis (PSDB) foi escalado para apresentar os índices negativos de Pernambuco, – dados mostrados em planilhas, num telão. Ele explicou didaticamente o que, na avaliação do grupo, tem feito Pernambuco perder espaço para estados como o Ceará e a Bahia.

“Nós somos acostumados com a crise, com as adversidades, mas o que nunca se viu foi o estado reagir como agora, aliás, sem reagir (…) Queremos construir algo novo (pós Eduardo)”, completou o ministro Fernando Filho, que pouco antes havia sido alvo de protestos por defender a privatização da Chesf. “Com exceção de 2010 e talvez 2014, nunca começamos uma campanha com tantos partidos e muitos ainda estão aguardando seu tempo”, acrescentou Fernando Filho

 “Pernambuco sempre foi muito firme, mas temos agora um governo que sumiu, desapareceu. Esse apagão fez com que a mesma sociedade se organizasse para discutir o futuro”, declarou Bruno Araújo (PSDB). 

Bezerra Coelho falou antes de Armando, com o braço direito levantado para o alto, sorridente, tão empolgado que estava com o rosto vermelho. “Vejo Pernambuco inteiro aqui, do Sertão ao Agreste. O sentimento que nos trouxe aqui é o sentimento de mudança. Como disse João Lyra, somos de uma frente que foi formada por dois prefeitos (de Petrolina e de Caruaru) e agora temos essa enorme frente. Chegou a hora de encerrar esse ciclo político. FBC frisou que, em janeiro, o próximo evento da oposição será em Petrolina.

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