quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Diálogo entre gerações marca segundo debate sobre saúde e bem-estar em escola de Cajueiro Seco

 

Promover a troca de experiências e saberes entre gerações, unindo aprendizado, saúde e cidadania. Com esse propósito, a secretaria de Saúde do Jaboatão dos Guararapes realizou, na última terça-feira (4), o segundo Debate Intergeracional “Caminhos para uma Vida Saudável: Saberes e Mudanças ao Longo do Tempo”, na Escola Municipal Natividade Saldanha, em Cajueiro Seco. A ação, que integra as atividades do Mês da Pessoa Idosa, é uma parceria entre as secretarias municipais de Saúde e Educação, por meio do Programa Saúde na Escola (PSE) e da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Durante o encontro, estudantes e pessoas idosas compartilharam suas percepções sobre o envelhecimento, os cuidados preventivos e a importância da saúde mental. A proposta foi criar um ambiente de diálogo, onde cada faixa etária pudesse expressar suas experiências, desafios e visões sobre o cuidado com o corpo e o bem-estar.

De acordo com Ellen Leal, da Gerência de Políticas Estratégicas e Programas da Secretaria de Saúde, o debate é uma forma inovadora de aproximar o serviço público das comunidades escolares. “O debate intergeracional é uma estratégia inovadora dentro do Programa Saúde na Escola. É a primeira vez que realizamos essa atividade, e o retorno tem sido muito positivo. Já temos mais de 15 escolas solicitando o projeto. A ideia é fortalecer o envelhecimento saudável e estimular a reflexão sobre como cada geração compreende e pratica o autocuidado”, destacou.

O encontro contou também com a presença de Eduardo Bezerra, diretor-geral da Vigilância Ambiental do Estado, que ressaltou o papel das políticas públicas integradas na promoção do envelhecimento saudável. “Essa ação é excepcional porque chega onde as coisas realmente acontecem. Falar sobre envelhecimento e saúde em um ambiente escolar é compreender como esses processos se manifestam na vida real. Essa interação entre Estado e município é fundamental para fortalecer o SUS e levar conhecimento a quem mais precisa”, afirmou.

Para a professora Maria del Carmem Calafell, coordenadora educacional da EJA, o debate tem papel pedagógico e social, ao mesmo tempo em que leva o serviço de saúde para dentro das salas de aula. “Foi um momento único e muito produtivo. As turmas da EJA são formadas por jovens, adultos e idosos, e esse encontro valorizou cada um deles. A discussão trouxe conceitos fundamentais de bem-estar físico e mental, de forma leve e acessível. Muitos alunos nunca tiveram contato direto com o serviço de saúde, e agora saem mais informados e conscientes”, destacou a educadora, sugerindo que a iniciativa passe a integrar o calendário escolar.

Os estudantes também tiveram espaço de fala. Ester, aluna da EJA, destacou que o cuidado com a saúde começa com pequenas atitudes. “Nem todo mundo tem acesso a uma academia ou alimentação perfeita, mas dá pra cuidar da saúde com pequenos hábitos, como beber água e evitar excessos”, disse. Já o aposentado Edvaldo contou que mantém uma rotina saudável. “Ando bastante de bicicleta e procuro comer nas horas certas.” Dona Conceição, uma das participantes mais experientes, completou com sabedoria. “Fui criada com comida da terra e leite de vaca. Para ter saúde, é preciso fazer alguns sacrifícios, como evitar refrigerantes, bebidas alcoólicas e ter regularidade no sono.”

O Debate Intergeracional integra as ações previstas na Nota Técnica da Secretaria Municipal de Saúde, que orienta as equipes dos territórios a desenvolverem estratégias de promoção da saúde e valorização da pessoa idosa. A iniciativa também busca fortalecer o vínculo entre escola, comunidade e rede de saúde, incentivando um olhar mais humano e coletivo sobre o processo de envelhecimento.

Com atividades dinâmicas, no formato de um “podcast ao vivo”, o evento transformou a escola em um espaço de escuta e aprendizado mútuo, reforçando o compromisso da gestão municipal com o envelhecimento ativo, saudável e participativo. “Se as pessoas não chegam até o serviço de saúde, o serviço chega até elas e a escola é o espaço perfeito para isso”, resumiu Ellen Leal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário