sexta-feira, 30 de abril de 2021

Compaz Eduardo Campos recebe tributo em homenagem às 400 mil vítimas da covid-19 no País



Há quase um ano, em 30 de maio de 2020, a pandemia do novo coronavírus levou o pai do engenheiro agrônomo Elisandro Damasceno. Morador do Alto Santa Terezinha, na Zona Norte da capital, ele é articulador social do Centro Comunitário da Paz (Compaz) Eduardo Campos, onde o pai também atuava na organização de eventos culturais. O local, tão querido para a família de Elisandro e de outras tantas que vivem no entorno, foi escolhido pela Prefeitura do Recife para prestar uma homenagem às famílias das 400 mil vítimas da covid-19 no País nesta quinta-feira (29). O tributo foi realizado por alunos do curso de bacharelado em música da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) nas escadarias do Compaz e contou com a participação de moradores da comunidade.

“O Compaz é um lugar de paz, como o próprio nome já diz. É um lugar de reflexão, um lugar de agregação, de acolhimento em um momento de tanta dor, de tantas famílias recifenses, pernambucanas e brasileiras. Foi uma forma singela de a gente fazer uma homenagem às famílias que perderam os entes queridos. Quatrocentos mil não é um número, não é uma estatística. São pessoas. A vida é sagrada e esta foi a forma que a Prefeitura encontrou de estar próximo das famílias neste momento”, disse Murilo Cavalcanti, secretário de Segurança Cidadã do Recife.

A homenagem levou Elisandro às lágrimas. “Meu pai era uma pessoa muito ativa, que contribuía com as atividades aqui do Compaz, organizando um evento de música cubana. Infelizmente, nós somos uma das famílias que teve um de nossos entes queridos tirados de nós. Esse momento é uma forma de lembrar com carinho de todos que, assim como meu pai, se foram, e continuar na luta, pegando na mão daqueles que ficaram aqui de forma enlutada”, afirmou o engenheiro.

O concerto foi realizado pelos estudantes André Luiz Serapião, no violino; Alan Denis, na viola alta e Davi Christian, no violoncelo. Os três são alunos do professor Wendell Kettle na UFPE e fazem parte do Projeto de extensão Sinfonieta. No repertório, músicas consagradas de Beethoven, Johann Sebastian Bach e Heitor Villa-Lobos. “É uma marca muito infeliz, uma das maiores do mundo. Quando chegou a 50 mil, eu me perguntei se alcançaríamos os 100 mil mortos. Hoje temos quatro vezes mais do que isso”, lamentou o maestro Wendell Kettle. “A gente fica muito feliz de poder neste momento trazer, através da música, um momento de conforto, de reflexão e de homenagem a essas vítimas e às pessoas próximas a elas”, completou.

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