sexta-feira, 27 de julho de 2018

“Golpe” no centro do debate político


Ao defender aliança com o PSB, Humberto criticou atuação de Mendonça e Bruno no impeachment de Dilma e afirmou que não quer Silvio como companheiro de chapa

Por: Ulysses Gadêlha 

Costa critica adversários ao Senado. Em resposta, Araújo diz que petista parou no tempo e Silvio lamenta opinião do antigo aliado
Costa critica adversários ao Senado. Em resposta, Araújo diz que petista parou no tempo e Silvio lamenta opinião do antigo aliadoFoto: Arthur de Souza/FolhaPE, José Cruz/ABr, Ed Machado
Com uma quantidade maior de postulantes, a briga pelo Senado, em Pernambuco, vem sendo pautada pelo lado que os pré-candidatos tomaram no plano nacional nos últimos anos, seja do lado da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), seja integrando o governo de Michel Temer (MDB). O senador Humberto Costa (PT), que trabalha para levar o PT para o palanque do governador Paulo Câmara (PSB), atacou, nesta quinta-feira (26), seus adversários, Bruno Araújo (PSDB), Mendonça Filho (DEM), colando neles o rótulo de fiadores do “golpe”. O petista também não poupou Silvio Costa (Avante), que defende a candidatura ao governo de Marília Arraes (PT).

Humberto tem defendido publicamente a aliança entre PT e PSB, argumentando que, diante do isolamento petista no Estado, "senador não vence eleição com chapa solteira". "Se a gente olhar Pernambuco, o momento que Pernambuco mais cresceu, mais se desenvolveu foi quando fizemos essa união do PT com o PSB, quando nós tínhamos o presidente Lula e Eduardo, portanto pelo bem de Pernambuco, isso se justifica plenamente", esclareceu a uma rádio do interior. 

Perguntado sobre a contribuição decisiva do PSB para o impeachment da ex-presidente Dilma, Humberto argumentou que o debate não deve se centrar em quem foi ou não "golpista". "Se é verdade que lá no PSB tem golpista, no lado de Armando, que não foi a favor do golpe, tem por exemplo Mendoncinha, que não foi só golpista, mas é um dos chefes do golpe, votou duas vezes pra Michel Temer não ser processado e que foi ministro da Educação de Temer", afirmou. "O Bruno Araújo, que também pode ser candidato a senador na chapa de lá, votou não somente pelo golpe como também livrou a cara de Temer duas vezes", acusou.

Procurado, o deputado Bruno Araújo - que deu o voto determinante para abertura do processo de impeachment da petista na Câmara - rebateu a crítica. "Humberto Costa parou no tempo e hoje não tem projeto para Pernambuco. Conhece Temer muito bem. Votou nele em 2010 e 2014. Agora se humilha para conseguir o apoio do PSB. Quero discutir o que é importante para a vida das pessoas, o futuro de Pernambuco", pontuou.

Candidato lulista

Humberto ainda afirmou que não tem "nenhuma simpatia" para ser candidato ao lado de Silvio Costa, chegando a tratar o antigo aliado como "enxerido". Vale lembrar que Silvio exerceu um papel de protagonismo em defesa da ex-presidente durante o processo de impeachment. "Eu não tenho nenhuma simpatia pra ser candidato ao lado de Silvio Costa, acho que ele, além de contribuir pouco para o processo aqui, tem o interesse de fazer uma campanha que não é o meu estilo, campanha de agressões, não acho que ele some nada para o PT", disparou.

Em resposta, Silvio Costa preferiu adotar o tom diplomático, chegando a reafirmar que acredita que será companheiro de chapa de Humberto mais adiante, tendo Marília como candidata ao governo. "Não tenho o direito de interferir nas preferências do senador Humberto, agora lamento que ele trabalhe para ter Jarbas (Vasconcelos) como companheiro de chapa. Jarbas odeia Lula, eu sou fã de Lula. Jarbas votou a favor do impeachment, eu votei contra o impeachment. Humberto sabe que o PSB foi o maior traidor da presidente Dilma. Mas a política é um exercício de esperança e paciência", alegou.

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