sábado, 9 de junho de 2018

Reator multipropósito vai ampliar acesso da população à medicina nuclear


Pedra fundamental para construção do RMB foi lançada nesta sexta-feira (8) em  cerimônia com o presidente Michel Temer e o ministro Gilberto Kassab. 

A construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) vai aumentar a produção de radioisótopos e ampliar a capacidade de atendimento da medicina nuclear no país. Além disso, significa um importante passo no desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil. A avaliação foi feita pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, durante a cerimônia de lançamento da pedra fundamental para a construção do RMB, em Iperó (SP). No total, o RMB deve receber US$ 500 milhões em investimentos.

“São recursos expressivos, que vão possibilitar o fechamento desse projeto. Vamos avançar muito em pesquisa nuclear e na produção de insumos para a saúde. O valor desse projeto representa tudo isso e, certamente, é um projeto fundamental para o país”, disse.

Para o presidente da República, Michel Temer, o reator multipropósito eleva o patamar da ciência brasileira. “Vemos uma síntese de visão de longo prazo, de perseverança, de talento científico, de compromisso com o país. Com o reator, vamos produzir, nós mesmos, o material para o Sistema Único de Saúde a preços, naturalmente, mais baixos e tornando as terapias muito mais acessíveis. Vamos aumentar os atendimentos e levar esperança para quem está doente e precisa de ajuda.”

Durante a cerimônia, foi anunciado um aporte de R$ 750 milhões ao projeto, via Ministério da Saúde, montante que será diluído até 2022. Destes, R$ 30 milhões serão repassados ainda neste ano.

Atualmente, o Brasil gasta mais de US$ 15 milhões na importação de radioisótopos. Por ano, são realizados quase 2 milhões de procedimentos de medicina nuclear, e o Sistema Único de Saúde (SUS) corresponde a 25% da demanda nacional. Com o RMB, o país vai suprir os gastos com importações e terá a capacidade de duplicar a quantidade de radiofármacos ofertados à sociedade.

“O Ministério da Saúde apoia esse projeto pela relevância dessa tecnologia. O uso dela vai melhorar o atendimento à saúde e da medicina nuclear no nosso país, além de proporcionar a independência na produção de radiofármacos. O reator será fundamental para baratear custos para que mais clínicas e hospitais possam oferecer esses serviços à sociedade”, observou o ministro Gilberto Occhi.

RMB

O RMB é um reator nuclear de pesquisa e produção de radioisótopos – elementos ativos dos radiofármacos, usados no diagnóstico e tratamento de câncer e outras doenças. Com a construção do equipamento, o país terá autonomia na produção de radioisótopos e poderá ampliar a capacidade nacional em pesquisa de técnicas nucleares, além de gerar recursos econômicos para o governo federal. As aplicações também serão estendidas à agricultura, indústria e meio ambiente. Além disso, o reator servirá para testar e qualificar materiais e combustíveis nucleares e também poderá ser utilizado em agricultura, indústria e meio ambiente.

O complexo em que o RMB será instalado terá, além do reator nuclear de pesquisa, um conjunto de laboratórios. Essa infraestrutura será a base para um grande centro nacional de pesquisa de aplicações de radiação para benefício da sociedade.

A Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), agência ligada ao MCTIC, está à frente do empreendimento

Labgene

Na mesma cerimônia, o presidente Michel Temer acionou a primeira turbina para o início dos testes de integração dos turbogeradores do Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (Labgene). A estrutura é o protótipo, em terra, da planta nuclear do futuro submarino com propulsão nuclear brasileiro e parte essencial do Programa Nuclear da Marinha. O Labgene vai abrigar os testes dos sistemas navais para propulsão a vapor.

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