segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Não vou sair da Presidência como “corrupto”, diz Temer à Folha de São Paulo


O presidente Michel Temer, em entrevista à Folha de São Paulo deste sábado (20), afirmou que há uma “tentativa brutal” no país no sentido de desmoralizá-lo, mas ele não vai sair da República da República no dia 31 de dezembro deste ano com o carimbo de “corrupto”.

Segundo ele, quem o acusou de corrupção, o empresário goiano Joesley Batista, está atrás das grades, após ter divulgado o áudio de uma gravação que fez com o presidente da República, em março do ano passado, em Brasília, na qual Temer diz, referindo-se à ajuda que o dono da JBS estava dando ao deputado cassado Eduardo Cunha (MDB-RJ): “Tem que manter isso, viu?”.

“Há uma tentativa brutal de tentar desmoralizar o presidente. Neste ano, vou me dedicar, entre outras reformas, à minha recuperação moral. O que fizeram comigo foi uma coisa desastrosa”, diz o presidente na entrevista, frisando também que é “mal entendido”.
Ele disse também que não vai sair da Presidência da República com a “pecha de um sujeito que incorreu em falcatruas. Não vou deixar isso”.

“Aliás, podem registrar que os meus detratores estão na cadeia. Quem não está na cadeia está desmoralizado. Mas a todo momento qualquer coisa é o presidente da República. Você percebe? Quem cometeu ilícitos está preso, simplesmente isso”, afirmou.

Temer negou que sua conversa com o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia, na última quinta-feira, em Brasília, tenha sido sobre o envolvimento do seu nome num suposto esquema de favorecimento a uma empresa no Porto de Santos (SP).

– Eu discuti sobre segurança pública. O que me surpreende é que o presidente não pode falar com o diretor-geral da Polícia Federal, como se fosse criminoso.
O presidente foi alvo de duas denúncias no STF ajuizadas pelo então procurador geral da República, Rodrigo Janot, por corrupção passiva e associação criminosa, mas ambas foram arquivadas pela Câmara Federal.

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