Instalada no Recife Antigo, a obra “Nanã de Naná” presta tributo ao percussionista e integra o circuito de intervenções urbanas promovido pela Prefeitura do Recife, por meio do Gabinete de Inovação Urbana
A cidade do Recife ganhou um novo megamural, que celebra a união entre arte, memória e identidade cultural. A obra “Nanã de Naná” é assinada pelo artista Manoel Quitério, conquistou a 13ª posição no ranking dos projetos contemplados pelo edital de Megamurais, como o tema “Recife Cidade da Música”, promovido pela Prefeitura do Recife, por meio do Gabinete de Inovação Urbana (GIURB).
“Estamos diante de um megamural belíssimo, feito por Manoel Quitério, é uma intervenção da Prefeitura liderado por eles que estão aqui, fazendo uma tradução da força da nossa cultura, da fé, religião, do respeito, e trazendo esse que é um patrimônio eterno da nossa cidade, da nossa cultura, que é Naná Vasconcelos”, destacou João Campos. “Parabéns por essa iniciativa, ficou lindo e fica localizado na Avenida Rio Branco, bem próximo da CasaCor”, acrescentou o prefeito.
Instalado na fachada lateral do Edifício Aliança, na Avenida Rio Branco, esquina com Rua da Guia, o mural está a poucos passos do Marco Zero, local onde, por 15 anos, o percussionista Naná Vasconcelos comandou a abertura do carnaval do Recife com 13 maracatus e mais de 600 batuqueiros. É o primeiro megamural realizado no conjunto tombado do centro histórico da cidade. A escolha do ponto é repleta de significado: além de prestar homenagem ao artista, recifense e falecido em 2016, a obra enaltece o valor histórico e cultural do bairro, preservando a memória viva de um território que respira tradição e criatividade.
ESPIRITUALIDADE E RITMO - Com aproximadamente 256 m², o megamural propõe uma interpretação visual da força ancestral de Naná, evocando a espiritualidade das matrizes afro-brasileiras e a energia rítmica que marcou sua trajetória. O trabalho dialoga com a ideia de patrimônio imaterial, transformando o edifício em uma grande tela que eterniza a presença do músico na paisagem da cidade.
A ação foi articulada junto ao Recentro, programa da Prefeitura do Recife voltado à requalificação e ativação da região central do Recife, para ocorrer durante a CASACOR Pernambuco, ampliando o diálogo entre arte urbana, arquitetura e memória. A presença do mural durante o evento reforça o papel da arte como elemento de valorização do território e de conexão com o público.
Manoel Quitério explicou que esse é um mural que fala dos ritmos, da música e da cultura como um meio de viver além da nossa existência. “E Naná foi uma pessoa que sempre semeou essa semente, esse pensamento”, afirmou. O projeto contou com o apoio da Iquine, que doou 24 latões de tintas e insumos essenciais para a execução do mural, além da colaboração da PL Máquinas, da Utilog Transportes e da Touti Perfumes. Está sendo preparado um evento de inauguração da obra para o dia 2 de novembro.
Patrícia Vasconcelos, 57 anos, viúva de Naná Vasconcelos destacou a emoção da homenagem prestada a Naná. “Pra mim é uma emoção muito grande, um marco histórico essa homenagem que está no centro da cidade, no lugar onde ele fazia o cortejo de maracatus. Vai ser muito bem acolhido pela cidade”, disse.
EDITAL DE MEGAMURAIS - Uma iniciativa da Prefeitura do Recife, por meio do Gabinete de Inovação Urbana, lançada em 2022 para celebrar a inclusão do Recife na Rede de Cidades Criativas da UNESCO, na categoria Música. A proposta tem como objetivo transformar as fachadas da cidade em grandes telas de arte urbana, promovendo a valorização da identidade cultural pernambucana.
Foram selecionados 24 projetos artísticos sob o tema “Recife, Cidade da Música”. Desses, dez foram concluídos e três encontram-se em fase de execução. Cada intervenção artística recebe o valor de R$ 75 mil, referente à criação e execução das obras nas fachadas de edifícios de grande visibilidade do Recife, podendo ocupar áreas entre 200 e 400 metros quadrados.

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