quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Jaboatão realiza IV Expo Cultural Circuito dos Baobás em sete escolas como marco do Mês da Consciência Negra

 

O Dia da Consciência Negra, celebrado hoje, 20 de novembro, é um marco de resistência que honra a luta de Zumbi dos Palmares e a força do povo negro. A data convida à reflexão sobre o racismo ainda presente e sobre a necessidade de igualdade real. Também celebra a riqueza da cultura afro-brasileira, tão presente no que somos. Mais que um feriado, é um chamado para respeito, memória e transformação.

 Nesse contexto, a Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes, por meio da Secretaria Municipal de Educação, realizou nesta quarta-feira (19) a IV Expo Cultural Circuito dos Baobás, mobilizando sete unidades educacionais da rede municipal com uma programação dedicada à valorização da memória, da ancestralidade e da cultura afro-brasileira. A culminância, realizada na véspera do Dia Nacional da Consciência Negra, reuniu estudantes, professores, gestores, famílias e moradores das comunidades do entorno, reforçando o compromisso do município com a educação antirracista e a promoção da igualdade racial.

Organizada pela Coordenação de Gestão Democrática nas Escolas e Direitos Humanos (CGDEDH), a ação aconteceu nas unidades que receberam o plantio simbólico do baobá entre 2019 e 2021. A escolha da árvore como símbolo do projeto está ligada ao seu forte significado nas culturas africanas, onde representa resistência, ancestralidade, sabedoria e a conexão entre passado, presente e futuro, valores que dialogam diretamente com a proposta pedagógica adotada pela rede municipal de ensino.

A Expo Cultural está alinhada à Lei Federal nº 11.645/2008, que determina a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena nas escolas, e à Lei nº 12.519/2011, que institui o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. A iniciativa também se fundamenta no Plano Municipal de Promoção da Igualdade Racial, instituído pelo Decreto nº 174/2015, que orienta ações permanentes para fortalecer a educação para as relações étnico-raciais em Jaboatão.

Ao longo do dia, as sete unidades educacionais promoveram apresentações artísticas, exposições, rodas de diálogo, feiras temáticas, contação de histórias, atividades gastronômicas e outras ações voltadas ao reconhecimento da ancestralidade africana e da identidade afro-brasileira. A proposta central foi socializar os conhecimentos trabalhados ao longo do ano letivo, promover vivências coletivas e aproximar a comunidade das ações realizadas pelas escolas.

No CEMEI Marcos Freire, por exemplo, houve apresentações musicais, desfile de máscaras africanas produzidas pelos estudantes e visita ao baobá plantado na unidade, com contação da história e explicação sobre a simbologia da árvore. Já na Escola Municipal Santa Tereza D’Ávila, cada turma desenvolveu atividades temáticas, abordando desde os sabores da África até instrumentos tradicionais, comidas afro-brasileiras, influências culturais e personalidades negras, além da leitura e discussão do livro “O Pequeno Príncipe Preto”. A Escola Municipal Luziana Maria Pereira da Silva organizou apresentações culturais, exposições fotográficas e rodas de diálogo focadas no fortalecimento da identidade e do pertencimento.

Outras unidades também realizaram atividades diversas: a Escola Municipal Prof. Maurício Martins de Albuquerque promoveu apresentações de dança afro e capoeira, além de mostra literária com autores negros; a Escola Municipal Albenice Maria da Silva realizou feira de conhecimento, oficinas de estamparia africana e um sarau temático; na Creche Mundo Encantado, as crianças participaram de contações de histórias africanas, vivências sensoriais e apresentações lúdicas; e a Escola Municipal Cândida de Andrade Maciel ofertou oficinas de percussão, teatros, exposições e atividades educativas sobre a cultura afro-brasileira.

 Em 2025, todas as unidades foram orientadas a convidar escolas vizinhas,  inclusive aquelas que não possuem o baobá  para ampliar a integração e permitir que um número maior de estudantes vivenciasse as atividades. A comunidade do entorno também participou da programação, fortalecendo o vínculo entre escola e território e ampliando o impacto das ações educativas.

O Circuito dos Baobás integra um conjunto de práticas pedagógicas permanentes, com abordagem transversal da temática étnico-racial ao longo de todo o ano letivo. Embora a culminância ocorra em novembro, os estudos sobre a história e cultura afro-brasileira fazem parte do currículo contínuo das escolas do município.

Para a Secretaria Municipal de Educação, a IV Expo Cultural reforça o papel da escola como espaço de valorização das identidades, combate ao racismo, promoção da igualdade racial e formação cidadã. A ação também consolida o baobá como símbolo de memória, resistência e conexão entre gerações, representando a força da coletividade e o compromisso de Jaboatão com uma educação democrática, inclusiva e baseada no respeito à diversidade.

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