sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Gravatá promove mutirão para coleta de embalagens de agrotóxicos e reforça compromisso com a logística reversa

 

Gravatá recebeu, na sexta (21), um ponto de coleta de embalagens de agrotóxicos vazias, no Pátio de Eventos, na área central do município. Esse modelo sustentável, chamado de  sistema de logística reversa, teve início nos anos 1990, mas foi no ano 2000 que a responsabilidade compartilhada entre agricultores, distribuidores, fabricantes e poder público pelo destino correto desse material foi instituída por meio da Lei Federal nº 9.974. 

No ano seguinte, foi criado o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV), entidade responsável pela gestão do Sistema Campo Limpo, regulamentado pelo Decreto nº 4.074/2002.

Por fim, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) reforçou essa estrutura, ampliando o papel da logística reversa no desenvolvimento sustentável do Brasil. Operado de forma integrada, o Sistema Campo Limpo envolve agricultores, canais de distribuição, indústria e órgãos públicos. 

É o que está acontecendo em Gravatá com a realização deste mutirão, que teve a iniciativa da da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco (Adagro) e a participação da Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural, e da Associação dos Revendedores de Produtos Agropecuários do Nordeste (ARPAN).

Roberto Chiappetta, diretor executivo da Arpan, explica que “nós temos um projeto chamado Campo Limpo, que é um convênio com o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias. Então a Arpan se articula junto aos municípios, especificamente junto com a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, para que a gente possa fazer esse evento que a gente chama de Recolhimento Itinerante, uma das ações que compõem o Campo Limpo. A gente faz esse RI para receber as embalagens dos agricultores tornando assim os agricultores regulamentados com a entrega das embalagens junto aos órgãos ambientais do município ou do estado. Esse recebimento itinerante já existe desde 2002. Primeiro a gente a gente trabalha junto com a Adagro, a gente entra em contato com o município e através desse contato a gente veio para a Secretaria de Agricultura no caso de Gravatá para que a gente possa fazer essa ação de preservação ambiental, preservação da saúde do agricultor, preservação da saúde dos animais, da água, da terra e do ar”.

Isaías Nilton dos Santos, agricultor, trabalha com as culturas do chuchu, quiabo e acerola. Ele considerou essa iniciativa muito positiva. “Fiquei sabendo dessa ação pelo WhatsApp da associação lá de Limeira. Colocaram o anúncio e a gente juntou, que antigamente a gente não juntava, que não sabia onde era que descartava. A gente realmente queimava, eu mesmo queimava, porque não tinha onde devolver as embalagens vazias de veneno. E agora a gente teve esse anúncio e veio trazer. A gente queima lá, mas a fumaça sai ofensiva. Então parabenizo e que continue sempre assim”. 

A Adagro estava representada pelo assistente Nilson Roberto, e pelo fiscal Gilmar Segatto. Nilson explicou a forma correta do descarte dessas embalagens ao longo do ano. “A gente estimulou a criação desse evento que está sendo a princípio aqui nesse início de dia tá sendo muito bom porque a gente está vendo o volume que já foi recebido uma hora dessa. O nosso intuito é que a gente sempre falou para os agricultores não é penalizar, nesse momento a gente quer ensinar para ele e o mesmo transmitir conhecimento para aqueles vão pras suas propriedades e limpe Gravatá, para que tire de todo o terreno de gravatá, se possível, esses esses materiais que são altamente tóxicos. Muitos agricultores falam: a gente tem que queimar, a gente tem que enterrar, e a gente já deu uma palestra individual para cada um que essa não é a maneira correta. O correto é você fazer a tríplice lavagem das embalagens, até o final, chegar no final aquela última dosezinha, eu vou lá três vezes, coloco na bomba que eu vou fazer a inspeção e depois eu faço o furo da embalagem, então essa é a maneira correta que eu vou devolver onde eu comprei, porque muitos deles não estão sabendo que pode devolver onde compra.

 É uma obrigação dele devolver onde ele faz a compra, assim como é uma obrigação do estabelecimento que vende esse produto receber esse material. Porque até então quando é dada a permissão pela Adagro para ele fazer esse tipo de comércio ele tem que ter um ambiente para a guarda dessas embalagens do Brasil. Então ele não pode de maneira nenhuma se negar a receber. Agora o agricultor também tem que ter em mente que só pode entregar e ele só vai receber se estiver tríplice lavado e furado. O estabelecimento pode se negar a receber se não tiver dessa forma, porque se a Adagro chegar no estabelecimento dele e não estiver com a guarda dessa maneira, ele pode ser autuado. Então a gente espera que esse dia seja muito proveitoso e a gente tenha um volume grande para que limpe o nosso município e todos esses esses resíduos aí que são muito tóxicos para saúde humana”.

Josenildo Gomes, secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Gravatá, esteve presente no ponto na manhã da sexta junto com a equipe e disse: “Sabemos que Gravatá tem várias culturas na agricultura que usa muito veneno, como o abacaxi, as flores, frutas como goiaba e banana, e o agricultor nem sempre tem condições de se deslocar da sua terra pra levar as embalagens usadas para a reciclagem devida. E nós, por iniciativa da Adagro, Secretaria da Agricultura e da empresa Arpan estamos promovendo essa campanha que vai se repetir a cada ano porque o agricultor tem o prazo de um ano para devolver a embalagem devidamente limpa e furada, assim como também junto com a nota fiscal. Isso pode ser feito nas lojas onde ele compra, mas caso tenha algum empecilho que ele não possa fazê-lo, então ele pode fazer nessas campanhas que vai se intensificar aqui em Gravatá.

 Já estamos alinhando uma ação em algumas comunidades onde se usa muito veneno para a gente entrar em contato e levar o pessoal da Adagro, junto também com o pessoal da Universidade Federal Rural de Pernambuco, que está fazendo um excelente trabalho nesse sentido de mostrar ao agricultor os malefícios que tem o veneno e esse nosso trabalho e vamos avançando nesse nesse sentido. Após esse recolhimento aqui, o material segue para o depósito da Arpan, que faz o recolhimento, tratamento e reciclagem desse material. Estamos alinhando a possibilidade da empresa fornecer esses bags na própria associação, a gente vê um local e começa a recolher dentro de um ambiente deles e quando o bag estiver cheio, a associação se encarrega de levar para o depósito.

Uma curiosidade é que os materiais destinados pelo Sistema Campo Limpo podem estar dentro da sua casa, como é o caso da caixa plástica de descarga, lixeiras, tonel plástico, conduíte, também conhecido como eletroduto, que é usado em instalações elétricas, além da caixa das baterias automotivas.

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