domingo, 22 de junho de 2025

Governo Lula condena ‘com veemência’ ataques contra instalações nucleares do Irã



O governo brasileiro condenou neste domingo, 22, os ataques realizados pelos Estados Unidos e por Israel contra três instalações nucleares no Irã. 

Em nota divulgada pelo Itamaraty, o governo Lula classificou as ofensivas como uma “violação da soberania do Irã e do direito internacional”.

“Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis”, afirma o comunicado. O governo brasileiro também citou risco de contaminação radioativa e de desastres ambientais.

O Itamaraty também cobrou “máxima contenção” de todos os lados e defende uma solução diplomática que interrompa o ciclo de violência.

O ataque, que destruiu os centros de Fordow, Natanz e Isfahan, foi conduzido pelos EUA na noite de sábado, em coordenação com Israel.

No último dia 12, o Brasil já havia criticado os bombardeios israelenses contra o Irã. Na reunião do G7, na terça-feira, o presidente Lula afirmou que os confrontos podem transformar o Oriente Médio em “um único campo de batalha”.

O lado de Lula

Em 13 de junho, o Ministério de Relações Exteriores brasileiro divulgou uma nota condenando a ofensiva aérea israelense, sem qualquer crítica ao programa nuclear iraniano ou ao financiamento iraniano de grupos terroristas que atacam Israel.

Não há qualquer menção ao direito de defesa israelense — algo que, por exemplo, o presidente francês Emmanuel Macron fez em sua declaração no X.

“O governo brasileiro expressa grave preocupação com a escalada militar no Oriente Médio e condena com veemência, nesse contexto, ataques militares de Israel e, mais recentemente, dos Estados Unidos, contra instalações nucleares, em violação da soberania do Irã e do direito internacional. Qualquer ataque armado a instalações nucleares representa flagrante transgressão da Carta das Nações Unidas e de normas da Agência Internacional de Energia Atômica. Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis, ao expô-las ao risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala.

O Governo brasileiro reitera sua posição histórica em favor do uso exclusivo da energia nuclear para fins pacíficos e rejeita com firmeza qualquer forma de proliferação nuclear, especialmente em regiões marcadas por instabilidade geopolítica, como o Oriente Médio.

O Brasil também repudia ataques recíprocos contra áreas densamente povoadas, os quais têm provocado crescente número de vítimas e danos a infraestrutura civis, incluindo instalações hospitalares, as quais são especialmente protegidas pelo direito internacional humanitário.

Ao reiterar sua exortação ao exercício de máxima contenção por todas as partes envolvidas no conflito, o Brasil ressalta a urgente necessidade de solução diplomática que interrompa esse ciclo de violência e abra uma oportunidade para negociações de paz. As consequências negativas da atual escalada militar podem gerar danos irreversíveis para a paz e a estabilidade na região e no mundo e para o regime de não proliferação e desarmamento nuclear.”

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