De imediato, nove cidades do Agreste e Sertão pernambucanos serão beneficiadas com melhoria no abastecimento das águas do Rio São Francisco
A expectativa de ter água com regularidade nas torneiras se tornou realidade para 615 mil pessoas beneficiadas com o acionamento da Estação Elevatória de Água Bruta da primeira etapa da Adutora do Agreste, localizada no município de Arcoverde, no Sertão do Moxotó. O equipamento foi inaugurado nesta quinta-feira (4) pela governadora Raquel Lyra e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse sistema de bombeamento irá beneficiar de maneira imediata nove municípios do Sertão e Agreste pernambucanos. O total de investimento foi de R$ 124 milhões, sendo aplicados recursos do governo federal e do Governo do Estado.
"Essa é uma conquista do povo pernambucano que sente na pele a dura realidade da falta d'água. E essa obra é um dos resultados do momento de mudança que estamos vivendo em Pernambuco. Estive pessoalmente em Brasília diversas vezes para me reunir com os ministros e defender a conclusão da Adutora do Agreste. Agradeço todo o esforço e trabalho do time do governo federal, sobretudo ao presidente Lula. Nós temos firmado as parcerias necessárias para que a água nas torneiras chegue para todos os pernambucanos", ressaltou a governadora Raquel Lyra.
Em seu discurso, o presidente Lula defendeu que a Transposição do Rio São Francisco foi essencial para melhorar o abastecimento de água no Estado. "O que estamos vivendo hoje aqui é um milagre. Ninguém acreditava que a Transposição do Rio São Francisco fosse virar realidade. E tantos anos depois do início desse projeto, voltamos aqui para mais essa inauguração, da Adutora do Agreste. Agradeço e parabenizo a governadora Raquel Lyra porque o estado de Pernambuco terá água para todos", lembrou.
O sistema de bombeamento triplicará o volume de água do Rio São Francisco para os municípios de Arcoverde, Pesqueira, Alagoinha, Sanharó, Belo Jardim e Tacaimbó. Essas cidades eram atendidas provisoriamente pelo Sistema Moxotó. Também será ampliado o abastecimento de água para Caruaru, São Caetano, três distritos de Brejo da Madre de Deus (Fazenda Nova, Barra de Farias e Mandaçaia) e o distrito de Serra dos Ventos, em Belo Jardim, passando de 200 para 600 litros de água por segundo.
O ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, destacou que esta obra é prioridade para o governo federal. "Nós temos recursos garantidos por meio do Novo PAC, em demonstração clara de que o governo federal está comprometido em entregar essa obra, que é tão importante para garantir a segurança hídrica para o estado de Pernambuco", afirmou.
Pela primeira vez, o Sistema Adutor do Agreste funcionará de acordo com o projeto original, captando água no Ramal do Agreste da Transposição. O ramal leva água do município de Sertânia até o reservatório de Ipojuca, que fica em Arcoverde e onde tem início a Adutora do Agreste. A Estação Elevatória de Água Bruta realizará a captação de água no Reservatório Ipojuca e injetará na Adutora do Agreste.
De acordo com o secretário de Recursos Hídricos e Saneamento, Almir Cirilo, a obra da Transposição teve seu projeto inicial modificado para atender ao Agreste, que tem o pior balanço hídrico do país. “Essa é uma conquista que dura quase 30 anos. Quando completadas as duas etapas, a Adutora do Agreste transportará cerca de 5 mil litros de água por segundo. Estaremos praticamente duplicando a oferta nas cidades do Agreste. É uma redenção e um marco para o desenvolvimento social e econômico da região”, explicou o titular da pasta, acompanhado do presidente da Companhia, Alex Campos.
"É um momento emocionante para nós e um dia de grande importância para Pernambuco, porque leva mais água para toda a população de uma região já tão sacrificada. Agradeço ao presidente e à governadora por tirarem essa obra do papel e transformarem a vida das pessoas", disse o prefeito de Arcoverde, Wellington Maciel.
A educadora social e moradora da Zona Rural de Arcoverde Maria do Socorro Vidal comenta que a inauguração da Estação Elevatória traz mais benefícios para a população. "O impacto dessa obra é que os moradores sempre migraram para outras regiões, e com essa possibilidade concreta, nós ganhamos mais possibilidades de morar aqui no campo. Com a perspectiva de trabalhar com a agricultura familiar”, disse.
A Adutora do Agreste transporta atualmente 200 litros de água por segundo vindos do Sistema Moxotó, solução que garantiu a funcionalidade ao sistema antes da conclusão das obras do Ramal do Agreste. Com o acionamento da Estação Elevatória, o sistema terá potencial para transportar até 2 mil litros de água por segundo nesta primeira etapa de obras da Adutora do Agreste, que está em execução pela Compesa, e 4 mil litros de água por segundo na segunda etapa.
PRIMEIRA ETAPA - Já estão em execução as obras do trecho que ampliará a oferta de água para Caruaru, Bezerros e Gravatá, que fazem parte da primeira etapa da Adutora do Agreste. Serão mais de 500 mil pessoas beneficiadas nas três cidades com o investimento de R$ 92 milhões. Também está sendo instalada uma nova Estação de Tratamento de Água com vazão de 200 litros de água por segundo, localizada no bairro Bela Vista, em Caruaru. Com investimento de R$ 4,4 milhões, a previsão é que seja entregue no segundo semestre de 2024.
Nesta primeira etapa da Adutora do Agreste, já foram construídos cerca de 696 quilômetros dos 790 quilômetros previstos, o que corresponde a 88% de tubulações assentadas. Para a conclusão da primeira etapa, prevista para 2026, ainda serão concluídas uma Estação de Tratamento de Água em Pesqueira e duas estações elevatórias nos municípios, sendo uma em Buíque e outra em Iati.
A primeira etapa tem valor total estimado em R$ 2 bilhões e, quando estiver concluída, terá uma vazão de 2 mil litros por segundo, beneficiando 1,3 milhão de pessoas em 23 municípios: Arcoverde, Pesqueira, Alagoinha, Sanharó, Belo Jardim, Tacaimbó, São Bento do Una, São Caetano, Caruaru, Bezerros, Gravatá, Santa Cruz do Capibaribe, Toritama, Brejo da Madre de Deus, Pedra, Venturosa, Buíque, Tupanatinga, Itaíba, Águas Belas, Iati, Cachoeirinha e Lajedo.
Estiveram presentes os ministros Rui Costa (Casa Civil), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Alexandre Padilha (Relações Internacionais); os senadores Fernando Dueire, Humberto Costa e Teresa Leitão; os deputados federais Augusto Coutinho, Carlos Veras, Fernando Monteiro e Pedro Campos; e os estaduais Doriel Barros, Débora Almeida e Rosa Amorim. Secretários estaduais, prefeitos e lideranças locais também compareceram.
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