terça-feira, 4 de outubro de 2022

Campanha de Lula procura PSDB em busca de apoio para o segundo turno

A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu canal de diálogo com o PSDB em busca de apoio para o segundo turno antes mesmo do fim da apuração, na noite de domingo. Os primeiros contatos foram feitos por auxiliares do candidato a vice da chapa, o ex-tucano Geraldo Alckmin (PSB). Aliados do ex-tucano enviaram mensagens a Bruno Araújo, presidente do PSDB, e a Eduardo Leite (PSDB-RS), ex-governador do Rio Grande do Sul que foi para o segundo turno contra Onyx Lorenzoni (PL-RS). Ambos, no entanto, ainda não responderam aos contatos.

A abordagem foi sugerida por membros da campanha de Fernando Haddad (PT), candidato ao governo de São Paulo que tem interesse direto numa aproximação com o PSDB. A eventual declaração de apoio dos tucanos, além de crucial para Lula, pode ser um trunfo importante para Haddad vencer a corrida ao Palácio dos Bandeirantes contra o ex-ministro bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Alckmin será o principal personagem para viabilizar a negociação entre petistas e tucanos. Também vai participar das articulações a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Nos primeiros 45 dias de campanha, Alckmin já havia iniciado diálogo com uma série de prefeitos paulistas do PSDB, mirando possíveis apoios no segundo turno. Essa ofensiva será intensificada a partir de agora.

Na leitura de petistas e aliados de Alckmin, um acordo entre PT e PSDB em São Paulo pode garantir aos tucanos a participação ativa em um eventual governo Haddad. Sem ir para o segundo turno neste domingo, o PSDB perdeu a hegemonia de 28 anos à frente do governo paulista. Outro argumento mira no futuro próximo do próprio PSDB. Aliados de Lula lembram que, ao ajudar o PT a impedir a vitória de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), o PSDB estaria trabalhando para conter o crescimento do bolsonarismo, movimento direitista que ameaça os tucanos em diversos pontos do país, inclusive interior de São Paulo, região historicamente dominada pelo PSDB.

O diálogo com o ex-governador Eduardo Leite tende a ser mais desafiador. O tucano, cujo governo foi bem avaliado, tem uma agenda de privatizações e ajuste fiscal, pautas distantes das petistas. No primeiro turno, ele não se posicionou sobre a eleição presidencial. Na manhã desta segunda-feira, Leite afirmou em Porto Alegre que tomará posição depois de conversar com seu grupo político, mas se disse disposto a conversar com o PT por uma aliança.

Informações do O Globo

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