quinta-feira, 29 de junho de 2017

Para Humberto, condenar Lula é ato político para impedir sua candidatura


Na reta final do julgamento do processo sobre um imóvel tríplex no Guarujá atribuído ao ex-presidente Lula, o líder da Oposição no Senado, Humberto Costa (PT-PE), assumiu a linha de frente do maior líder político do país no plenário do Senado. Para o parlamentar, há uma tentativa clara de excluir o ex-presidente e o PT do processo eleitoral. Segundo pesquisa Datafolha, divulgada esta semana, o ex-presidente aparece isolado liderando a disputa para a Presidência da República e vence em todos os cenários.

“Nada parece satisfazer a sanha desmedida das figuras messiânicas de Curitiba em culpar Lula. Uma ação cuidadosamente orquestrada nos mesmos moldes do que eles vêm fazendo em outros processos, nos quais cidadãos têm sido sentenciados com base exclusivamente em delações premiadas, algumas delas manifestamente ilegais, sem quaisquer provas, com respaldo tão-somente nas palavras de réus. Talvez por isso, os procuradores de Curitiba tenham citado, nas suas alegações finais contra Lula, por mais de 60 vezes o depoimento do senhor Leo Pinheiro, empreiteiro da OAS, na tentativa de encobrir a total falta de provas dessa ação penal contra o ex-presidente”, ironizou o senador com base nas alegações finais do Ministério Público no Paraná.

Humberto também lembrou que os sigilos bancário, fiscal e telefônico de Lula, de seus familiares e colaboradores foram quebrados, mas “não encontraram um centavo sequer recebido ilegalmente pelo ex-presidente, nem da OAS nem de qualquer outra empresa ou pessoa no Brasil ou no exterior”. “A defesa do ex-presidente já provou que Lula não é e nunca foi dono desse imóvel, registrado em nome da OAS e com direitos econômicos alienados a um fundo gerido pela Caixa Econômica. Lula nunca teve a posse do imóvel, nunca recebeu as suas chaves. Nem ele nem sua família passaram sequer um dia ou uma noite nesse tríplex”, afirmou.

O senador também destacou a deliberação do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que determinou a absolvição do ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. Para os desembargadores, a decisão da primeira instância, proferida pelo juiz Sérgio Moro, não respeitou os ditames legais. O TRF constatou que não há provas que corroborassem as falas desses delatores contra o ex-tesoureiro do PT. Segundo Humberto, a decisão dos desembargadores pode servir de exemplo para o processo contra Lula.

“Espero que a associação de inquisidores de Curitiba – muito presente em palestras até de cirurgias plásticas e em confraternizações onde a direita fascista e a grande mídia andam com desenvoltura – passe a rezar mais pela bíblia do bom direito e menos pela das convicções políticas. Se assim procederem, não precisarão ver suas decisões reformadas por instâncias superiores, que enxergam, à luz da legislação vigente, as aberrações, exageros e absurdos cometidos por aqueles que se acham senhores da verdade e donos das certezas”, afirmou.

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