quarta-feira, 15 de março de 2017

Janot entrega ao STF lista com pedido de abertura de inquéritos contra políticos

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou nesta terça-feira (14) ao Supremo Tribunal Federal, 83 pedidos de abertura de inquérito contra políticos de vários partidos que gozam da prerrogativa de foro. Os pedidos foram feito com base nas delações premiadas de 77 ex-executivos das empresas Odebrecht e Braskem.

Janot solicitou também que 211 inquéritos sejam conduzidos por outras instâncias da Justiça porque os investigados não têm foro privilegiado. Em março do ano passado, na 23ª fase da Lava Jato, denominada “Operação Acarajé”, a Polícia Federal apreendeu na casa do ex-executivo da Odebrecht, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, uma planilha na qual estavam listados pagamentos feitos a mais de 200 políticos.

Os primeiros nomes de políticos na “Lista de Janot” já vazaram e cinco ministros do governo Temer são alvos de pedidos de inquérito. São eles: Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Bruno Araújo (Cidades), Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia e Comunicações) e Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores).

Além deles, a lista também inclui o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunicio Oliveira (PMDB-CE). Entre os senadores citados nos pedidos de inquérito estão Aécio Neves (PSDB-MG), José Serra (PSDB-SP), Romero Jucá (PMDB-RR), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Edison Lobão (PMDB-MA).  A lista ainda conta com os nomes dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff (PT), que não possuem foro privilegiado e, portanto os pedidos de inquérito contra eles estão entre os 211 encaminhados para outras instâncias da Justiça Federal. 

Nota - Minutos depois da veiculação da informação de que o seu nome estava incluído na nova lista entregue no final da tarde desta terça-feira (14) ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, o ministro das Cidades, o pernambucano, Bruno Araújo (PSDB), divulgou nota em que nega qualquer irregularidade.

Bruno Araújo afirmou que, “como já foi anteriormente noticiado”, pediu doações a diversas empresas, entre elas a Odebrecht, todas de acordo com a legislação eleitoral.“O sistema democrático vigente estabelecia a participação de instituições privadas por meio de doações. Mantive uma relação institucional com todas essas empresas”, finaliza a nota, de quatro linhas apenas.

Veja a íntegra da nota:

"Nota Oficial - Ministro Bruno Araújo

De acordo com a legislação eleitoral, solicitei doações para diversas empresas, inclusive a Odebrecht, como já foi anteriormente noticiado. O sistema democrático vigente estabelecia a participação de instituições privadas por meio de doações. Mantive uma relação institucional com todas essas empresas."

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