O delegado Fábio Baena Martin foi preso na manhã desta terça-feira, 17 de dezembro, sob suspeita de envolvimento na execução do empresário Antônio Vinícius Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC).
A operação foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e cumpriu oito mandados de prisão e 13 de busca e apreensão no estado de São Paulo.
A prisão de Baena ocorre após o delator ter sido morto a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em 8 de novembro. Gritzbach, que vinha colaborando com a Corregedoria da Polícia Civil, apresentou em seu depoimento nomes de policiais e delegados supostamente envolvidos em um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele entregou ainda pendrives com informações sobre empresas usadas para dissimular o dinheiro de propinas, além de áudios comprometedores que apontariam a participação direta de Baena e de sua equipe.
Antes de ser executado, Gritzbach afirmou que Baena e outros policiais teriam recebido cerca de R$ 11 milhões em propinas para retirar nomes de investigados de inquéritos relacionados a homicídios e tráfico de drogas. O empresário relatou que, para remover seu próprio nome das investigações, os policiais teriam exigido R$ 40 milhões, valor que não foi pago.
O delegado Fábio Baena possui uma trajetória marcante na Polícia Civil desde 2002, com passagens por unidades de combate ao crime organizado e ao tráfico de drogas, como o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e o Grupo de Operações Especiais (GOE). Ele também comandou investigações no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), mas foi transferido após os assassinatos de Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e de seu motorista Antônio Corona Neto, o Sem Sangue, ambos ligados ao PCC.
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