Nos últimos 20 anos, a economia do Nordeste cresceu acima da nacional. Indústrias voltadas para os setores automotivos, refino de petróleo/petroquímica e farmoquímica /farmacêutica foram grandes responsáveis pelo aumento do Produto Interno Bruto (PIB) da região.
Pernambuco ganhou destaque nesse contexto, devido tanto à construção da segunda etapa do Porto de Suape, localizado em Ipojuca, no Litoral Sul, quanto à chegada do Polo Automotivo Stellantis de Goiana, na Zona da Mata Norte do Estado. Inaugurada em 2015, a fábrica foi concebida não apenas para atender à demanda nacional, mas também para explorar oportunidades de exportação. A instalação do polo foi um marco crucial para a região.
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A fábrica, única do ramo em funcionamento no Nordeste, se tornou um centro de inovação, atraindo uma cadeia de fornecedores e impulsionando a infraestrutura logística na área.
Dados da Consultoria Econômica e Planejamento (CEPLAN) apontam que os impactos em termos de investimento, emprego, renda, arrecadação tributária e desempenho econômico medido pelo crescimento do PIB foram substanciais.
A Stellantis investiu cerca de R$ 13,9 bilhões em máquinas, equipamentos e edificações desde os primeiros anos da década passada até o primeiro semestre de 2022. Durante o funcionamento, despendeu R$ 91,6 bilhões em aquisições de insumos e serviços, sendo 60% de fornecedores nacionais (27% de Pernambuco e 33% de outros estados).
Hoje, o parque de fornecedores de Goiana, localizado dentro das dependências da montadora, abriga também 18 empresas fornecedoras diretas da empresa. No total, já são 38 sistemistas instalados em Pernambuco e com a expectativa de alcançar a marca de 50 nos próximos anos.
De acordo com o economista e sócio-diretor da CEPLAN Jorge Jatobá, os investimentos fizeram Goiana saltar, em 2019, da 13ª para a 4ª maior economia municipal de Pernambuco, e o valor adicionado pela indústria passou de 30% para 54% do PIB do município.
Os cerca de 14 mil colaboradores, somando funcionários da fábrica e do parque de fornecedores, correspondem a 43% dos empregos formais do município e 7% dos empregos da indústria de transformação do Estado em 2022.
“A arrecadação do ICMS oriunda da fabricação de veículos cresceu 23% ao ano entre 2015 e 2022. Em Goiana, a receita corrente cresceu 10% ao ano desde 2015, financiando políticas públicas no município. Padrões tecnológicos avançados e trabalhadores qualificados aumentaram a produtividade do trabalho do segmento automotivo no estado para quase o dobro da média nacional”, explica Jorge Jatobá.
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