Materiais de referência certificados seguem padrões internacionais de alta qualidade e garantem confiabilidade em análises laboratoriais com equipamentos de precisão em escala nanométrica
Com apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Inmetro disponibilizou para laboratórios e setor produtivo o primeiro lote do Material de Referência Certificado (MRC) de nanopartículas de hidroxiapatita, usado em aplicações biomédicas, odontológicas e de engenharia de tecidos. É a primeira vez que o produto é totalmente desenvolvido no Brasil.
A certificação de produtos de nanotecnologia é uma parceria entre MCTI, Inmetro e CNPq desde 2018. O pesquisador do Inmetro, José Mauro Granjeiro, que coordena a iniciativa, explica que os MRCs seguem padrões internacionais de alta qualidade e garantem confiabilidade em análises laboratoriais com equipamentos de precisão em escala nanométrica. A produção nacional, segundo ele, traz vantagens para o país como independência, controle de qualidade e apoio à pesquisa nacional.
“As vantagens de ter uma produção local são várias: o Brasil não precisa mais depender da importação de MRCs de hidroxiapatita de outros países, o que pode ser caro e demorado. Ao produzir localmente, o Inmetro pode garantir a qualidade e a confiabilidade do material, o que é fundamental para aplicações biomédicas, odontológicas e de engenharia de tecidos. Isso também significa apoio à pesquisa científica e tecnológica no Brasil, pois cientistas e laboratórios locais têm acesso a um MRC de alta qualidade para seus estudos”, detalha.
A criação do material também contou com a participação de pesquisadores do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), unidade de pesquisa do MCTI. Esse é o segundo Material de Referência desenvolvido pelo projeto de certificação de produtos. O primeiro, também inédito no país, foi feito a partir de nanopartículas de ouro em 2021.
“A disponibilidade de um MR de nanopartículas de ouro de alta qualidade pode melhorar a precisão das medições em laboratórios que utilizam esses materiais em suas análises. Isso é particularmente importante para setores como cosméticos, alimentos e farmacêutica, entre outros, onde a precisão é crítica”, complementa Granjeiro.
Outros dois produtos estão em desenvolvimento dentro da parceria: O material de referência de nanopartículas de prata e o material de referência de nanopartículas de óxido de grafeno.
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