terça-feira, 19 de setembro de 2023

LULA NA ONU: paralisia do Conselho de Segurança é prova ELOQUENTE de necessidade de ROFORMÁ-LO

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, usou o seu discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas nesta terça-feira, 19 de setembro, para reivindicar a reforma do Conselho de Segurança da ONU que, segundo ele, vem perdendo “progressivamente sua credibilidade”.

“Essa fragilidade do conselho decorre em particular da ação de seus membros permanentes, que travam guerras não autorizadas em busca de expansão territorial ou de mudança de regime”, disse o presidente do Brasil, no primeiro discurso dos chefes de Estado da assembleia.

Lula apontou a paralisia do conselho como a “prova mais eloquente” da necessidade e urgência de reformá-lo, de modo a conferir ao colegiado maior representatividade e eficácia.

O chefe do Executivo começou seu discurso abordando a questão da fome, ressaltando que 735 milhões de pessoas ao redor do globo vão dormir sem a certeza de terem comida no dia seguinte.

“Há 20 anos, ocupei esta tribuna pela primeira vez. Volto hoje para dizer que mantenho minha inabalável confiança na humanidade, reafirmando o que disse em 2003. Naquela época, o mundo ainda não havia se dado conta da gravidade da crise climática. Hoje, ela bate às nossas portas, destrói nossas casas, nossas cidades, nossos países, mata e impõe perdas e sofrimentos a nossos irmãos, sobretudo os mais pobres. A fome, tema central da minha fala neste Parlamento Mundial 20 anos atrás, atinge hoje 735 milhões de seres humanos, que vão dormir esta noite sem saber se terão o que comer amanhã”, declarou.

Tradicionalmente, o Brasil é o primeiro a fazer seu discurso na fase de debates. Antes de Lula, falaram o secretário-geral da ONU, António Guterres, e o presidente da Assembleia Geral, o diplomata Dennis Francis, de Trinidad e Tobago.

O tema central do discurso foi a desigualdade, e Lula destacou esse termo ao abordar questões como a Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável.

No Brasil, estamos comprometidos a implementar todos os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável de maneira integrada e indivisível. Queremos alcançar a igualdade racial na sociedade brasileira por meio de um 18º objetivo, que adotaremos voluntariamente”, declarou, sob aplausos.

Lula também citou programas de combate à desigualdade como o Brasil sem Fome e o Bolsa Família, e a lei aprovada este ano que obriga empresas a pagar salários iguais para homens e mulheres na mesma função.

E incluiu, ainda no tema de desigualdade, a pauta das mudanças climáticas – que vem sido defendida por Lula e pelo governo brasileiro nos fóruns internacionais desde janeiro, marcando posição em oposição ao governo Jair Bolsonaro (2019-2022).

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