Passados cinco anos, a facada em Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018 é, sob vários aspectos, um assunto inconcluso -e o símbolo maior disso é a faca de cozinha que, segundo a Polícia Federal, Adélio Bispo de Oliveira usou para perfurar o abdômen do então candidato à Presidência.
A peça, por decisão judicial, deveria ser colocada em exposição pública no Museu Criminal da PF, em Brasília, mas a instituição diz que ainda avalia se e como a lâmina de 30 cm será mostrada para os visitantes. Falta a análise de um especialista sobre como incorporá-la à mostra do acervo.
Por enquanto, de acordo com a assessoria do órgão, a faca repousa em um envelope lacrado no museu, que guarda itens de casos célebres investigados pela corporação.
Em um caso politizado desde a origem -e explorado por Bolsonaro, apoiadores e oposicionistas conforme as circunstâncias–, também a apuração sofreu pressões políticas. Até aqui, dois inquéritos da PF concluíram que Adélio agiu sozinho, sem ordem de mandantes ou auxílio de comparsas.
Meses antes de Bolsonaro (PL) disputar a reeleição e perder para Lula (PT), a corporação reabriu o caso após a Justiça autorizar uma perícia em celulares de advogados que atenderam Adélio inicialmente. Um dos objetivos era apurar supostos elos com a facção criminosa PCC.
Ao entorno de Bolsonaro interessava que o trabalho tivesse desdobramentos durante o período eleitoral e fornecesse elementos para relacionar Lula ao atentado. O ex-presidente estimula a narrativa de que a esquerda mandou matá-lo, aproveitando-se do fato de que Adélio foi filiado ao PSOL.
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