Parlamentares da base do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmam que a proposta dos bolsonaristas de abertura de CPMI para investigar os ataques às sedes dos Poderes de 8 de janeiro foi um enorme tiro no pé e que agora vão utilizar todos os instrumentos que terão à mão para que os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) respondam pelo possível envolvimento no episódio.
A ideia, segundo eles, é repetir o que classificam como sucesso da CPI da Covid, que gerou aprofundamento das investigações sobre possíveis crimes e erros no enfrentamento à pandemia por parte do governo Bolsonaro, que sofreu desgaste na ocasião.
Parlamentares e auxiliares palacianos estimulam, inclusive, nova participação da tropa de choque da CPI anterior, com nomes como Renan Calheiros (MDB-AL), Omar Aziz (PSD-AM) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que ganharam destaque nos embates com os bolsonaristas.
Na Câmara, querem nomes como André Janones (Avante-MG) e Lindbergh Farias (PT-RJ). Para os governistas, uma das prioridades será convocar empresários, quebrar sigilos, apurar financiadores.
Deputados lulistas têm falado em convocar o filho do ex-presidente, vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), apontado ao longo dos anos como figura de referência das estratégias virtuais bolsonaristas, e o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres, preso há três meses por suspeita de omissão na intentona golpista.
“Quando a gente foi contra a CPMI, foi por um entendimento muito claro de que o caso já estava sendo investigado e que não fazia sentido travar a agenda do Congresso para que os bolsonaristas inventassem narrativas. Já que vai ser instalada, vai ser uma oportunidade de fazer do limão uma limonada e responsabilizar inclusive os parlamentares bolsonaristas, que participaram, muitas vezes como mentores intelectuais”, afirma Guilherme Boulos (SP), líder do PSOL.
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