quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Um resumo do tenso 7 de Setembro no Brasil



Um feriado político e um país dividido. O dia 07/09/2021 vai ficar marcado pelas manifestações populares. Milhares de pessoas saíram às ruas na terça-feira, incluindo o presidente, Bolsonaro, que discursou duas vezes.

Manifestações favoráveis ao governo se espalharam por todas as capitais, especialmente em Brasília e São Paulo, e em mais de 160 cidades. Uma das maiores da história do país. Clique para ver vídeos.

Houve também, em um número bem menor, manifestações contrárias ao governo. Clique aqui para ver fotos da oposição. Os atos foram pacíficos e não houve registros de violência significante durante as manifestações, tampouco embate entre os grupos.

O discurso, no entanto, não foi tão pacífico assim. Bolsonaro subiu o tom contra o STF e atacou diretamente Alexandre de Moraes: “Sai, Alexandre de Moraes. Deixa de ser canalha. Deixa de oprimir o povo brasileiro, deixa de censurar o seu povo”.

O respectivo ministro do STF é um dos pivôs dos inquéritos das “Milícias Digitais” contra perfis conservadores — julgados pela Suprema Corte como anti-democráticos — e prisões polêmicas nos últimos meses, como a de Roberto Jefferson e Daniel Silveira.

Ontem, durante os atos, enquanto Bolsonaro voava de BSB para SP, Moraes ordenou a detenção de um ex-assessor de Trump que estava no Brasil para interrogatório no aeroporto de Brasília.

Ao som do povo de “eu autorizo”, Bolsonaro ainda disse, em alto e bom tom, que não cumprirá qualquer decisão de Alexandre de Moraes e que o STF está agindo fora dos limites da Constituição. O voto auditável voltou à tona, assim como as 3 alternativas

Outro aspecto levantado durante a fala de Bolsonaro foi o processo eleitoral. Segundo ele, a alma da democracia é o voto e não se pode admitir um sistema eleitoral que não ofereça qualquer segurança. O presidente voltou a dizer que só existem 3 possíveis caminhos para ele: a prisão, a morte ou a vitória.

O impacto de tudo isso — além dos livros de História. A pouco mais de um ano para as eleições, as manifestações reforçam um país extremamente dividido e deixam evidente o “Cabo de Guerra” da Presidência e do STF, que já debate inelegibilidade de Bolsonaro em 2022. Fux fará um pronunciamento hoje.

A esperança é que, agora, o Legislativo — Senado e Câmara — amenize os conflitos nas próximas semanas, sob comando de Rodrigo Pacheco e Arthur Lira.

Hoje e nos próximos dias, é bem provável que a classe política continue se manifestando e a repercussão dos atos prossiga no país todo.

Por falar nisso: João Doria já tomou partido e, pela primeira vez, no fim do dia de ontem, defendeu o impeachment do presidente, pedindo que o PSDB se posicione como oposição.

Nenhum comentário:

Postar um comentário