segunda-feira, 19 de julho de 2021

Com retorno em agosto, CPI da Pandemia tem número recorde de documentos para analisar



A CPI tomou 33 depoimentos, produziu mais de 1,1 mil requerimentos e mais de 1,8 mil ofícios. Ao todo, 14 pessoas passaram a ser investigadas. Os dados recebidos pela comissão parlamentar de inquérito superam 1 terabyte. A CPI da Pandemia volta a se reunir no dia 3 de agosto, por causa do recesso parlamentar, e terá prorrogação de 90 dias a partir do dia 7.

A CPI da Pandemia continuará trabalhando durante o recesso parlamentar, mesmo sem poder ouvir depoimentos e efetuar deliberações. Segundo o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a equipe técnica da CPI prosseguirá analisando os documentos recebidos nesse período, e não está descartada a possibilidade de realização de diligências.

As audiências devem ser retomadas no dia 3 de agosto. Randolfe citou dois nomes como prioritários: Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos, e Ricardo Barros, deputado federal (PP-PR) que teria feito nomeações no Ministério da Saúde. O depoimento de Maximiano estava previsto para esta quarta-feira (14), mas foi adiado por falta de tempo hábil.

Em entrevista coletiva após a sessão desta quinta (15), Randolfe considerou setembro um prazo “razoável” para a apresentação do relatório final da comissão, mas ressalvou que ainda é preciso avaliar o tempo necessário.

Randolfe respondeu também sobre post publicado pelo presidente Bolsonaro em rede social, com adjetivos depreciativos a membros da CPI:

— Eu quero dizer a S. Exa. eu não me importo com o adjetivo. Eu me importaria de ser chamado de ser corrupto e miliciano — enfatizou Randolfe.

Eliziane Gama (Cidadania-MA) previu que o período de recesso será produtivo:

— Durante esses 15 dias nós vamos nos debruçar sobre os vários documentos que nós já temos e outros que serão solicitados, dentre eles alguns contratos que possivelmente também foram fechados, de intermediários da Davati — detalhou.

Rogério Carvalho (PT-SE) afirmou não acreditar que o governo possa aproveitar o recesso para tentar mudar o rumo da CPI:

— Eu não vejo como o governo possa se blindar. Também não vejo a possibilidade de os partidos mudarem os seus representantes. Acho que isso está muito consolidado, e os trabalhos vão continuar no segundo semestre com a mesma energia com que vieram até aqui.

Marcos Rogério (DEM-RO) disse esperar que na volta do recesso a CPI investigue denúncias de desvio de verbas federais enviadas a estados e municípios para o combate à pandemia:

— Até quando nós vamos ficar nessa, rodando em círculos, sem buscar de verdade o que aconteceu com o dinheiro da pandemia? Com essa prorrogação, eu espero que no segundo momento da CPI aqueles que hoje têm foco só no governo federal tenham o interesse de investigar o que aconteceu com o dinheiro no Amazonas, no Pará, no Consórcio Nordeste, em Santa Catarina, no Brasil afora — comentou.

Agência Senado

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