sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Fundaj destina R$ 900 mil para projetos de Economia Criativa



O Nordeste é, por excelência, uma usina geradora de ideias produtivas. Dos artesãos aos desenvolvedores de games e softwares. A fim de impulsionar a geração de empregos, renda e a diversidade cultural, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) lança o Prêmio Delmiro Gouveia de Economia Criativa.


No dia 28, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, e o presidente da Fundaj, Antônio Campos, participam da cerimônia realizada na Sala Calouste Gulbenkian, campus Casa Forte da Fundaj. O evento é restrito a 40 convidados, seguindo as normas de prevenção ao coronavírus (Covid-19).


Proposto pela Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca), da Fundaj, serão distribuídos R$ 900 mil, do orçamento da Instituição Federal, aos nove estados do Nordeste. Com isso, Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Sergipe, Piauí e Maranhão contarão com R$ 100 mil para projetos de caráter criativo e inovador.


Os critérios de premiação levarão em conta, principalmente, o baixo custo e a quantidade de beneficiados. A estimativa é de que, no mínimo, sejam contempladas 90 iniciativas.


As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas via formulário, disponível no site fundaj.gov.br,  até 9 de novembro. Após fornecer todas as informações e documentos solicitados, é necessário selecionar um segmento. É facultado inscrever quantos projetos desejar.


No entanto, apenas um será contemplado. Para concorrer como Pessoa Física, o candidato deve ser maior de 18 anos, brasileiro nato ou naturalizado. Enquanto para Pessoa Jurídica, a única restrição é para a natureza governamental, sendo possível que desde instituições privadas a ONGs participem. Confira, na íntegra, o edital do I Prêmio Delmiro Gouveia de Economia Criativa https://n9.cl/c5pch


Além dos artesãos, artistas e coletivos de cultura, o Edital contemplará diversos outros segmentos da Economia Criativa. Audiovisual, produtos tecnológicos de interesse cultural, espetáculos de arte, iniciativas relacionadas ao patrimônio material e ematerial estão entre as categorias contempladas.


Discriminadas no texto geral, ações de apoio a manifestações culturais, sejam elas pesquisas ou atividades de acesso à cultura, também estão entre as ações pertinentes a concorrer ao certame, assim como obras de gênero: cinema, fotografia, ilustração, instalações artísticas e intervenções urbanas.


“A concessão de um prêmio como este representa um duplo reconhecimento: o primeiro, de que o destino do nordestino está em suas próprias mãos; e, outro consequente, de que é por meio da criatividade e da inovação que se pode enfrentar as mais difíceis crises e superá-las”, reflete o presidente da Fundaj, Antônio Campos. “O mundo foi tomado de surpresa com a crise sanitária que aprendemos a administrar dia após dia. O setor cultural e todos seus atores precisam mais do que nunca de apoio para atravessar esse momento, ao que somos solidários.”


“O Prêmio Delmiro Gouveia é um dos itens de um trabalho mais amplo, que inclui a formação de um núcleo de estudos em permanente atualização, seminários e publicações”, explica o diretor da Dimeca, Mario Helio Gomes, a respeito da criação de um Núcleo de Economia Criativa na Instituição sediada em Pernambuco, em formato de observatório. “Não somente para pesquisar e estudar os problemas do Nordeste, mas para encontrar a solução deles. Solução que muitas vezes está, literalmente, nas mãos de uma rendeira, de um oleiro, virtuoses de artesanato tanto quanto é um programador de computadores na invenção de um aplicativo.”


Cursos de Economia Criativa e Empreendedorismo Cultural também estão previstos no escopo do Prêmio, para potencializar os resultados da ação.  A divulgação do resultado final do Prêmio Delmiro Gouveia de Economia Criativa será publicada no Diário Oficial da União e no site e canais da Instituição e do Ministério da Educação, no dia 4 de dezembro. Os vencedores terão do dia 8 a 31 de dezembro para a emissão do empenho. 


Homenageado


Visionário, o industrial  Delmiro Gouveia (1863—1917) modernizou o Sertão do Nordeste ao inaugurar a primeira usina hidrelétrica da região brasileira em Paulo Afonso, na Bahia, em 1913, e a primeira fábrica têxtil no estado de Alagoas, em 1914. Embora fosse natural do Ceará, foi em Pernambuco que iniciou sua trajetória como empreendedor, ligando o interior do Estado ao Exterior, com o comércio de peles de cabras e ovelhas. Em 1899, ainda no Século XIX, construiu o primeiro shopping center do Brasil, o Mercado-modelo do Derby, no Recife.

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