quarta-feira, 17 de junho de 2020

Bolsonaro diz que não vai "assistir calado" e que vai tomar "medidas cabíveis" após operação contra aliados


O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se manifestou, ontem à noite, no Twitter após aliados do governo federal terem sigilos fiscais quebrados e virarem alvo de investigação da Polícia Federal (PF). O chefe do Executivo afirmou que não pode "assistir calado" enquanto "direitos são violados e ideias são perseguidas". Por isso, vai tomar "todas as medidas legais" para proteger os brasileiros.

"Queremos, acima de tudo, preservar a nossa democracia. E fingir naturalidade diante de tudo que está acontecendo só contribuiria para a sua completa destruição. Nada é mais autoritário do que atentar contra a liberdade de seu próprio povo", reclamou.

"Luto para fazer a minha parte, mas não posso assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas. Por isso, tomarei todas as medidas legais possíveis para proteger a Constituição e a liberdade do dos brasileiros", afirmou. Em seguida, ele cita o slogan da sua campanha "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". 

O gestor rebate ainda as críticas que classificam seu governo como autoritário. "O que adversários apontam como "autoritarismo" do governo e de seus apoiadores não passam de posicionamentos alinhados aos valores do nosso povo, que é, em sua grande maioria, conservador. A tentativa de excluir esse pensamento do debate público é que, de fato, é autoritária", disse.

Jair Bolsonaro insinuou que sua bandeira do conservadorismo sofre com tentativas de exclusão do debate e que "sofre abusos" da esquerda. "Vale lembrar que, há décadas, o conservadorismo foi abolido de nossa política, e as pessoas que se identificam com esses valores viviam sob governos socialistas que entregaram o país à violência e à corrupção, feriram nossa democracia e destruíram nossa identidade nacional."

Para defender sua posição, o presidente relembra o atentado sofrido por Adélio Bispo, durante a campanha eleitoral. "Suportamos a todos esses abusos sem desrespeitar nenhuma regra democrática, até mesmo quando um militante de esquerda, ex-membro de um partido da oposição, tentou me assassinar para impedir nossa vitória nas eleições, num atentado que foi assistido pelo mundo inteiro", relembra.

A ofensiva do Judiciário contra atos antidemocráticos promovidos por seus apoiadores foi incluído indiretamente na lista de "abusos" citados pelo presidente. O gestor afirma que a resposta dada pelo Executivo foi de "cautela" e "cobrando o simples  poder da palavra, o respeito e a harmonia entre os poderes". "Do mesmo modo, os abusos presenciados por todos nas últimas semanas foram recebidos pelo governo com a mesma cautela de sempre, cobrando, com o simples poder da palavra, o respeito e a harmonia entre os poderes. Essa tem sido nossa postura, mesmo diante de ataques concretos", afirmou.

Ontem, a Polícia Federal cumpriu 21 mandados de busca e apreensão. Foram alvos dirigentes da sigla que o presidente tenta fundar, o Aliança pelo Brasil, blogueiros, deputados e youtubers de direita. No final da tarde, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a quebra do sigilo bancário de dez deputados federais e um senador da base de apoio a Bolsonaro no Congresso.

Ainda na rede social, ele disse que "os abusos presenciados por todos nas últimas semanas foram recebidos pelo governo com a mesma cautela de sempre, cobrando, com o simples poder da palavra, o respeito e a harmonia entre os poderes. (Do Blog da Folha)

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