terça-feira, 3 de março de 2020

PCdoB celebra 98 anos e defende somar forças contra autoritarismo


Ato na Assembleia Legislativa de Pernambuco deu início, nesta segunda (2), às celebrações pelos 98 anos do PCdoB. O encontro, fruto de requerimento do deputado João Paulo lima (PCdoB), contou com a presença de políticos de diversas legendas, lideranças dos movimentos sociais e amigos e militantes do partido e foi palco para discursos não só de homenagens à sigla, como em defesa da democracia, das instituições e dos direitos. Para a presidenta nacional dos comunistas, Luciana Santos, é preciso somar forças para barrar o autoritarismo e o retrocesso.

Luciana destacou que, para o PCdoB, é hora de festejar sua trajetória, mas também de estar “atento e forte”, para enfrentar este momento tão difícil que o país atravessa.

“As bases institucionais do regime democrático sofrem contínuo ataque e, se depender do projeto de poder do governo do presidente Jair Bolsonaro, podem ser destruídas. Esse é um fato que não podemos normalizar nem deixar sem resposta”, disse, lembrando o ato convocado pela extrema-direita e com apoio do presidente contra o Congresso e o Supremo.

A líder comunista, que também é vice-governadora do Estado, lembrou o alarmante número de desempregados, trabalhadores precarizados e brasileiros no desalento. E teceu críticas à política neoliberal em curso, encabeçada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.  “Crescimento, emprego e desenvolvimento são palavras riscadas do seu vocabulário”, disse.

“A voracidade predatória do lucro do rentismo, do capital especulativo, concentra riquezas, aumenta a exploração dos trabalhadores e destrói o meio ambiente. O povo e a classe trabalhadora em especial arcam com o ônus da crise”, completou.

Segundo ela, um partido quase centenário como o PCdoB tem enorme responsabilidade diante desse cenário, e enfrentar essa onda de neofascismo – “que insufla o racismo, o preconceito religioso, a homofobia, as discriminações contra as mulheres, o ódio e a intolerância no âmbito da sociedade”- é prioridade máxima da legenda.

“Nosso partido já viveu muita coisa e sabe que o caminho do autoritarismo, do entreguismo e do caos social não pode prosperar. Nossa trajetória mostra que, em épocas de sombras, os comunistas se agigantam para defender com unhas e dentes os interesses do povo e do país. E agora não é diferente”, afirmou, lembrando que o 8 de Março, da Internacional da Mulher, é o primeiro dia de um calendário de lutas contra o desmonte do estado e dos direitos.

Luciana destacou o papel que o PCdoB tem cumprido, de força agregadora, que formula, propõe alternativas e trabalha para construir uma frente ampla em defesa do Brasil. “Em instantes graves como o que vivemos, temos que dar as mãos contra o inimigo comum. Estamos convictos de que a constituição de uma frente ampla é condição indispensável para impedir o avanço da marcha insensata que pretende, mais uma vez, sufocar a democracia e eliminar as liberdades.”

A dirigente ressaltou que as eleições desse ano são uma janela de oportunidade para o início de uma virada de jogo. Elas são estratégicas. Por isso, apoiamos a Plataforma Comuns e lançamos o Movimento 65, uma campanha com o intuito de fazer a indignação popular e a repulsa ao governo Bolsonaro se manifestarem nas urnas”, indicou, colocando o partido à disposição daqueles que querem se unir para derrotar o fascismo.

A presidenta nacional do partido convocou a todos para irem às ruas e às redes para defender os interesses do país e de seu povo. E encerrou sua fala com uma homenagem aos antigos combatentes do PCdoB, de Cristiano Cordeiro, David Capistrano e Adalgisa Cavalcanti, passando por João Amazonas, Diógenes Arruda e Luiz Carlos Prestes, até Luciano e Luci Siqueira, Alanir Cardoso e Nevinha, Zezinho e Seu Eufrásio.

Por fim, recitou a música célebre na voz de Milton Nascimento: A História é um carro alegre/ Cheio de um povo contente/ Que atropela indiferente/ Todo aquele que a negue”.

A sessão solene na Alepe aconteceu nesta segunda por iniciativa do deputado estadual João Paulo (PCdoB). Na ocasião, ele resgatou a história do partido e destacou que o PCdoB tem sido alvo de perseguições e ódio por parte da burguesia, justamente porque tem sua trajetória misturada às lutas do povo, sempre combatendo a exploração e a violência, ao lado da justiça social e da democracia.

O também deputado estadual Waldemar Borges (PSB), que presidiu a sessão ao lado do presidente da Casa, Eriberto Medeiros (PP), sublinhou a importância de valorizar atividades como aquela, realizadas no Parlamento, que está sob ataques neste momento. Ele elogiou os comunistas, pela “capacidade de construir soluções coletivas, de ser firme sem ser sectário”, e pelas contribuições que tem dado sempre em defesa do povo e do país.

Estiveram presentes os deputados Isaltino Nascimento (PSB), Jô Cavalcanti e Carol Vergulino (Juntas/PSOL), José Queiroz (PDT), Paulo Dutra ( PSB), ex-deputados Edilson Silva, Nelson Pereira e Luciano Moura, o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira, a secretária da Mulher do Recife, Cida Pedrosa,  o secretário de Meio Ambiente de Pernambuco, José Bertotti, o presidente estadual do PCdoB Marcelino Granja, além de entidades e representantes dos movimentos sociais como Unegro, CTB, UJS, UBM, Conam, Fundação Maurício Grabois, MTST, entre outros. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário