Bolsonaro escala aliados e tenta acordo com Congresso em projeto que pune abuso de autoridade.
Folha de S. Paulo - Painel
Por Daniela Lima
Às vésperas de decidir a amplitude do veto que vai impor ao projeto que pune o abuso de autoridade, Jair Bolsonaro tentou acomodar posições divergentes. O presidente escalou o ministro Jorge Oliveira (Secretaria-Geral) para falar com a cúpula do Congresso: Rodrigo Maia (DEM-RJ), na Câmara, e Davi Alcolumbre (DEM-AP), no Senado. Deste segundo, de acordo com aliados, recebeu uma lista com sugestões de artigos que poderiam ser limados sem abalar a relação com o Congresso.
Aliados de Maia e Alcolumbre esperam que o presidente acolha sugestões do Congresso e opte por um veto “meio-termo”: que atenda parte de sua base, mas sem melindrar partidos de centro-direita. Algo muito amplo reforçaria a tese de que Bolsonaro “só joga para a torcida”.
Após o presidente afirmar, na manhã desta terça (3), que vetaria cerca de 20 itens do texto, siglas de centro rapidamente esboçaram reação. Pediram que o governo retirasse a urgência de projeto que trata do pagamento de peritos para causas de segurados contra o INSS.
O objetivo era adiar a votação para depois do anúncio dos vetos. O Planalto então sinalizou que a mudança não seria drástica e o cronograma foi mantido.
Inserido com anuência do governo, dispositivo do projeto dos peritos que facilitava o acesso da União a dados sigilosos de contribuintes foi derrubado.
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