segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Advogado critica operação policial no Congresso Nacional


Há uma frase atribuída ao filósofo Voltaire que bem ilustra a operação policial ocorrida no Congresso Nacional em desfavor do Senador Fernando Bezerra Coelho.

Afirmou o iluminista, com fina ironia, que a metafísica é a procura de um gato preto, num quarto escuro, sabendo-se que ele não está lá.

De fato, foge ao senso comum e a própria razoabilidade a necessidade de uma operação policial, no gabinete do Senador Fernando Bezerra Coelho, e também no gabinete da liderança do governo, ocupado por ele. Se buscou algo que sabidamente não estava no local.

A lógica do razoável explica. Primeiro porque os fatos investigados são decorrente do período em que o Senador era ministro da integração nacional, entre janeiro de 2011 e outubro de 2013. Ou seja, os fatos são anteriores ao seu mandato como Senador.

Segundo porque ocupa a liderança do governo desde 2019.

É dizer, a decisão do Ministro Barroso enveredou pelo entendimento de que o investigado teria levado para seus gabinetes no Senado Federal supostas provas de fatos ocorridos entre 2011 e 2013.

Essa espetacularização da Justiça, faceta da sociedade do espetáculo, serve como fermento ao panis et circensis; não obstante, na atual quadra da história brasileira, demoniza a política, dando margem a criação de um establishment populista, em prejuízo da dignidade da pessoa humana, que não pode sofrer relativização, sobretudo nos jogos de poder.

A dignidade humana é um axioma que não está presente no cotidiano até você ser a próxima vítima do law fare.

Luiz Antonio Costa de Santana
Advogado e professor da Uneb e Univasf

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