terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Hanseníase: janeiro é mês de conscientização da doença


Manchas na pele com ausência ou diminuição da sensibilidade podem ser um indicativo da hanseníase, doença crônica que pode deixar sequelas irreversíveis e que tem um alto poder de propagação. De acordo com dados parciais de 2018, em Pernambuco foram diagnosticados 2.157 casos novos. Isso representa uma redução de 10% em relação a 2017, com 2.410 novos doentes. Apesar da redução, a Coordenação de Controle da Hanseníase da Secretaria Estadual de Saúde (SES) reforça a importância do diagnóstico precoce e de dar o seguimento correto para o tratamento, evitando a disseminação de ocorrências.

Nesta semana, a SES está estimulando os municípios a realizarem ações alusivas à hanseníase, que tem seu dia de luta mundial lembrado sempre no último domingo de janeiro, que nesse ano ocorre em 27.01. Já nesta segunda (21.01), das 9h às 12h, o município do Paulista fará ação de diagnóstico precoce e busca ativa de casos, ofertando consultas com dermatologistas. A atividade será realizada na Paróquia Nossa Senhora do Ó, em Pau Amarelo, em parceria com a SES, Coordenação de Hanseníase do Paulista, Centro Social da Mirueira e o Movimento de Reintegração de Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan).

“Este mês é denominado Janeiro Roxo, criado para chamar a atenção para a hanseníase. O propósito dessas celebrações é aumentar a consciência de que a enfermidade é curável, que as pessoas afetadas e suas famílias têm direitos iguais aos outros e lembrar que, embora tenha havido períodos de declínio nos casos de hanseníase, nos últimos 20 anos, essa doença ainda se mantém, hoje, afetando nossas populações. Precisamos chamar atenção para a sintomatologia da doença e que com o diagnóstico precoce e o tratamento correto as chances de cura aumentam”, reforça a coordenadora de Controle da Hanseníase da SES, Monique Lira.

A DOENÇA – A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica e com alto poder incapacitante. Causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, acomete, principalmente, a pele e os nervos periféricos. Também pode manifestar-se como uma doença sistêmica, comprometendo articulações, olhos, testículos, gânglios e outros órgãos. Sua transmissão ocorre quando uma pessoa infectada, e que não recebe o tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas. A principal via de eliminação e entrada do bacilo são as vias aéreas superiores (mucosa nasal e orofaringe), através de contato íntimo e prolongo.

Os principais sinais e sintomas da doença são: manchas esbranquiçadas, acastanhadas ou avermelhadas, com alterações de sensibilidade (a pessoa pode sentir choques, câimbras e formigamentos que evoluem para dormência); pápulas, infiltrações, tubérculos e nódulos; diminuição ou queda de pelos localizada ou difusa (especialmente sobrancelhas) e ausência de sudorese no local (pele seca).

O tratamento recomendando pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é baseado na poliquimioterapia, ou seja, com o uso de várias drogas para a intervenção terapêutica. Uma parte do tratamento é realizada nos postos de saúde, necessitando que o paciente compareça à unidade uma vez por mês para tomar a medicação (dose supervisionada). O restante dos remédios o paciente toma em casa. Vale reforçar que toda a medicação para hanseníase é gratuita e fornecida pelo Ministério da Saúde (MS). A distribuição dos medicamentos trata a doença e impede a sua transmissibilidade.

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