terça-feira, 18 de dezembro de 2018

SGDC deixará legado de transformação para milhões de brasileiros, afirma ministro

Autoridades descerram placa relativa à inauguração do COPE-P. Foto: Ascom/MCTIC

O presidente da República, Michel Temer, e o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, inauguraram nesta segunda-feira (17), em Brasília, a infraestrutura operacional do Centro de Operações Espaciais Principal (COPE-P), que vai receber os dados e monitorar o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). Também participaram da cerimônia o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, e representantes da Telebras e das Forças Armadas.

Kassab relatou o impacto do SGDC para as comunidades que ainda não têm acesso à banda larga, lembrando a visita a Pacaraima (RR), cidade que recebeu o primeiro ponto de distribuição de internet da banda Ka do satélite. “Havia várias crianças com smartphones e, quando tiveram acesso à internet, passaram a compartilhar imagens e a acessar conteúdos. Pela alegria delas, parecia que estavam recebendo um presente de Natal. É importante que o Brasil conheça a repercussão e os resultados que esse projeto terá a partir de agora em ações civis e militares, associadas também a operações de segurança. Esse projeto nos permitirá, em alguns meses, levar banda larga de qualidade para qualquer escola pública do Brasil, além de todos os equipamentos governamentais. Vamos transformar a realidade de milhões de cidadãos por todo o nosso país”, disse o ministro.

Segundo o presidente Michel Temer, a entrega desta etapa das obras do COPE-P reproduz o sucesso do SGDC. “Esse é o ápice da modernização do nosso país. É o coroamento de um trabalho extraordinário produzido pelo MCTIC, pelo Ministério da Defesa, pela Telebras e por todo aqueles que se dedicaram ao programa SGDC. Hoje, fixo em definitivo a ideia de que nosso país já está no século 21. Saiu do analógico e foi para o digital”, destacou.

O Centro de Operações Espaciais Principal é um conjunto de edificações construídas de forma a se tornar um complexo sustentável com aproveitamento de água e geração de energia solar. A estrutura servirá para operar e monitorar o SGDC. O COPE-P foi construído na Ala 1 da Força Aérea Brasileira (FAB), em Brasília, e atuará em coordenação com o Centro de Operações Espaciais Secundário (COPE-S), do Rio de Janeiro. Caso haja alguma falha na operação do SGDC pelo COPE de Brasília, a outra unidade fica encarregada de operar e receber dados do satélite.

A infraestrutura lembra o formato de um satélite e já conta com a antena principal posicionada em local definitivo. A estrutura contempla um “bunker” para acomodação da área de data center,com resistência contra choques balísticos, situações de ataque ou imprevistos da natureza. São 14 mil m² de área construída, sendo 4,5 mil m² destinados à parte técnico-operacional, que abriga os equipamentos satelitais já em operação. Há ainda a área administrativa, que está prevista para ser inaugurada em 2019. Toda a obra está orçada em cerca de R$ 200 milhões.

Construído para servir como centro de controle e com a disponibilidade de atender diversos satélites geoestacionários e de baixa órbita, o COPE-P servirá como referência nacional e internacional, pela complexidade e modernidade de suas instalações.

“O programa SGDC é resultado do esforço conjunto de várias frentes. O programa contará com três satélites geoestacionários e mais 20 satélites de pequeno porte para aplicações específicas de monitoramento, segurança e controle em áreas estratégicas do país. Por isso, já criamos nosso centro preparado não apenas para o SGDC-1, mas também o SGDC-2 e o SGDC-3, que, com certeza, serão maiores do que os atuais satélites em termos de capacidade. Isso é importante, porque temos todas as infraestruturas com redundância para garantir a comunicação”, observou o presidente da Telebras, Jarbas Valente.

O satélite

O SGDC é o primeiro equipamento geoestacionário de propriedade do governo brasileiro. Fruto de uma parceria entre o MCTIC e o Ministério da Defesa, recebeu R$ 3 bilhões em investimentos. Adquirido pela Telebras, conta com uma banda Ka, utilizada para as comunicações estratégicas do governo e a ampliação do acesso à banda larga em todo o país, além de uma banda X, que corresponde a 30% da capacidade do equipamento, de uso exclusivo das Forças Armadas.

“Só uma visão do espaço pode nos dar consciência situacional. São recursos chave para planejamentos e decisões de alto nível nos diferentes campos do poder. Assegurar ao Brasil a autonomia de produção, lançamento, operação e reposição de sistemas espaciais é imprescindível. Com o lançamento do SGDC-1, a capacidade de fornecimento da banda X mais que dobrou, além de garantir comunicações seguras e soberanas. Essas novas possibilidades permitiram o incremento da interoperabilidade entre as Forças Armadas em áreas de nosso interesse”, disse o ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna.

Com 5,8 toneladas e 7 metros de altura, o SGDC foi lançado ao espaço em 4 de maio de 2017, a partir do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa. Ele está posicionado a 36 mil quilômetros da superfície da Terra, cobrindo todo o território brasileiro e o Oceano Atlântico. Tem capacidade de operação de 18 anos.

Gateways

Além dos Centros de Operações Espaciais, o SGDC possui cinco gateways, que são estações que fazem a interconexão entre o satélite e os clientes. São transmissoras do segmento terrestre do SGDC, assim como os COPEs de Brasília e do Rio de Janeiro. Cada unidade recebe transmissões do SGDC, processa chamadas e faz o tráfego de dados para a rede terrestre apropriada.

As estações estão aptas a operar 24 horas por dia, à disposição do SGDC e estão instaladas em Brasília, Rio de Janeiro, Florianópolis (SC), Campo Grande (MS) e Salvador (BA).

O sistema do SGDC conta também com oito Estações CMD – Carrier Monitoring System (Sistema de Monitoramento de Tráfego, em português), espalhadas por locais estratégicos do território nacional, que estão sendo concluídas e com equipamentos instalados. Elas servem para realizar a telemetria do SGDC.

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