De Marisa Gibson, na coluna DIÁRIO POLÍTICO desta sexta-feira
As cenas e depoimentos dos programas do guia eleitoral evidenciam o nervosismo que tomou conta dos bunkers da Frente Popular e da coligação Pernambuco Vai Mudar, a pouco mais de uma semana das eleições. Pela pesquisa do Ibope, divulgada ontem, verifica-se uma vantagem do governador Paulo Câmara (PSB) e uma eventual vitória no segundo turno, mas com percentuais ainda abaixo do esperado.
Mesmo com o reforço da passagem em Pernambuco do presidenciável Fernando Haddad (PT), o lento crescimento da candidatura de Paulo ainda vai exigir muito da Frente Popular, nessa reta final da campanha. Ao contrário dos governadores petistas no Nordeste que concorrem à reeleição - José Wellington Dias (Piauí), Camilo Santana (Ceará) e Rui Costa (Bahia) - e lideram com folga as pesquisas, em Pernambuco o apoio do PT parece fraquejar.
Será que valeu a pena o partido sacrificar a candidatura da vereadora Marília Arraes (PT) ao governo em troca da neutralidade do PSB na sucessão presidencial?
O crescimento fulminante de Haddad não é fruto da retirada do PSB do palco nacional, mas a incapacidade da Frente Popular em abrir uma vantagem mais ampla de Paulo sobre Armando Monteiro (PTB) é, em parte, consequência do acordo PSB/PT, mal digerido pela militância petista.
Além disso, há o agravante de um outro arranjo eleitoral, o MDB de Jarbas Vasconcelos, que também não foi aceito pelos petistas. Esses fatores contribuem para que a sucessão pernambucana seja a mais indefinida em todo o Nordeste.
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