quinta-feira, 27 de setembro de 2018

"Em um eventual segundo turno entre Armando Monteiro e Paulo Câmara, eu não tenho condições de declarar votos a nenhum desses dois palanques" , afirma Dani Portela ao Cidade em Foco


"É preciso dar voz a setores da sociedade que foram historicamente silenciados", afirma Dani Portela ao Cidade em Foco

Em participação ao programa Cidade em Foca, da Rede Agreste de Rádios comandado por Alberes Xavier, a candidata do PSOL ao governo de Pernambuco, Dani Portela, falou das razões que lhe levaram a assumir a candidatura, comentou as pautas que defende para a gestão no Governo Estadual e criticou os palanques comandados pelos candidatos ao governo Armando Monteiro (PTB) e Paulo Câmara (PSB). 

Portela iniciou sua participação falando sobre sua aproximação com a política. "A política sempre foi muito forte na minha vida. Eu sempre digo que sou filha do processo de redemocratização do Brasil. O meu pai é um ex-preso político da ditadura militar, foi preso, perseguido e torturado, então o ambiente da minha casa sempre foi um ambiente onde política e democracia sempre foi discutido", disse. 

Ela destacou na oportunidade a pouca representatividade feminina na política e pontuou esse fato como uma razão importante para sua candidatura. "Somos um país onde a maioria da população é a população feminina, aqui em Pernambuco essa maioria é ainda mais expressiva, mas a gente não chega nem a 10% de representatividade no Congresso Nacional. Então se lá, onde as leis são criadas e as decisões são tomadas a gente não ocupa esse espaço, a gente não tem políticas públicas para as mulheres. É preciso dar voz a setores da sociedade que foram historicamente silenciados, então é em nome dessa voz que venho como candidata a primeira vez como governadora do Estado".

Dani criticou os palanques formados em Pernambuco, destacando as famílias tradicionais que a muitos anos atuam na política do Estado. "A gente olhando para os palanques, as pessoas estão cansadas desse modelo da velha política, da mesma pessoa, só mudando o nome. É preciso dar voz as mulheres, é preciso dar voz a essa população que foi historicamente silenciada e é preciso que as mulheres não entrem para simplesmente preencher cotas, elas precisam pautar coisas específicas", defendeu. 

Quando questionada sobre quais dos palanques apoiaria em um eventual segundo turno entre Armando Monteiro e Paulo Câmara, ela respondeu. "Pernambuco está com um cenário muito difícil de fazer essa escolha. O meu partido, o Psol, é um partido que decide coletivamente, a decisão é tomada pela base desse partido em votação, em plenária. Diante desse cenário, eu posso responder hoje não pelo corpo do meu partido, mas falando por mim, em primeira pessoa, em um eventual segundo turno entre Armando Monteiro e Paulo Câmara, eu não tenho condições de declarar votos a nenhum desses dois palanques. Independentemente de quem vença essas eleições entre esses dois palanques, Pernambuco sai perdendo", declarou. 

Ela criticou a formação dos palanques em Pernambuco e chamou de incoerente as alianças políticas que foram formadas. "A política tem sido o cenário da incoerência e estar inclusive confundindo a cabeça das pessoas. O PSB é fundamental para o Impeachment de Dilma, que ficam chamando de golpe e agora se aliam com quem deu o golpe. Você vê o próprio Jarbas Vasconcelos fazendo o 'L' de Lula e disputando com Humberto que é o senador de Lula, é de uma incoerência sem tamanho. Você vê Armando Monteiro usar como simbolo de sua campanha o 14 dentro de uma estrela. Nesse momento é muito conveniente se aproximar de Lula, então são aliança feitas com muita incoerência", afirmou. 

Ao comentar suas propostas para o Polo de Confecções, Dani destacou o perfil centralizador dos investimentos realizados pelo Governo Estadual nos últimos anos e criticou a situação das vias que dão acesso a região. "A gente precisa voltar a investir e descentralizar esses investimentos. Pernambuco criou um modelo de investimentos em grandes obras e privilegiando algumas regiões e alguns setores. Esse modelo de desenvolvimento que foi para SUAPE, que foi para a FIAT, ele não foi descentralizado para o Estado todo. A própria BR-232 que foi duplicada, mesmo não tendo sido finalizada todo o trecho, ela já precisa de manutenção. O Polo é responsável por grande parte do PIB de Pernambuco, é um dos maiores produtores de confecção do país e a estrada está nessas condições", disse.  

Dani Portela, que é educadora, advogada e militante sindical, concluiu sua participação falando sobre a razões que lhe fazem querer ser governadora de Pernambuco. "Nós queremos governar Pernambuco para trazer de volta a esperança. O nome da nossa coligação é 'Esperança não tem medo', o Psol e PCB fazemos oposição de fato ao governo do Estado, uma oposição que está a esquerda. São 12 anos que Pernambuco ainda está insatisfeito por um modelo que não nos representa", pontuou.

Se ligue - O programa “Cidade em Foco” vai ao ar de segunda a sexta-feira: 11:00 hs, na Rede Agreste de Rádios, composta pelas Emissoras: Rádio Filadélfia FM (104,9), Farol FM (90,5), Rádio Vale do Capibaribe FM (91,7), Rádio Cambucá FM (104.9) e pela Internet: www.filadelfiafm.net

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