terça-feira, 25 de setembro de 2018

Bolsonaro critica PF por investigação de atentado

Candidato à Presidência afirmou que delegado responsável 'age, em parte, como defesa do criminoso'

O Globo

O candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro, afirmou nesta segunda-feira, em entrevista à rádio “Jovem Pan”, que foi vítima de um atentado político e criticou a investigação da Polícia Federal sobre o ataque sofrido por ele no dia 6 de setembro em ato de campanha em Juiz de Fora, em Minas Gerais. O presidenciável disse que o parecer do delegado Rodrigo Morais, que comanda a investigação, é para “abafar o caso” e sugere que o policial “age, em parte, como defesa do criminoso.”

Na entrevista de 16 minutos, gravada na manhã desta segunda-feira no Hospital Albert Einstein em São Paulo, Bolsonaro chorou ao se lembrar do ataque e contou que imaginou ter levado “um soco ou um pedrada”. O presidenciável disse ter visto apenas um vulto de seu agressor Adélio Bispo de Oliveira. Para ele, o homem “foi cumprir uma missão” e não agiu sozinho.

— Ele (Adélio) não é tão inteligente assim, não. A tendência natural é, em um ato como aquele, ser linchado. Então, ele foi para cumprir a missão quase na certeza que não seria (linchado). Não seria como? Teria gente ao lado dele — disse Bolsonaro, ao lado do filho Flávio, deputado estadual pelo Rio e candidato ao Senado, que também se emocionou.

Bolsonaro contestou o delegado Rodrigo Morais, que em entrevista ao “Fantástico”, da Rede Globo, afirmou que até agora não há elementos que sustentam que Adélio Bispo teve ajuda para executar o crime.

— Ouvi dizer que a Polícia Civil de Juiz de Fora está bem mais avançada do que a Polícia Federal. O depoimento que eu ouvi do delegado da PF, que está conduzindo o caso, realmente é para abafar o caso. Eu lamento. O que eu o ouvi falando dá a entender até que age, em parte, como uma defesa do criminoso. Isso não pode acontecer — disse o candidato.

O deputado federal afirmou que não quer que “inventem um responsável” para o atentado, mas exigiu apuração.

— Eu não quero que inventem um responsável. Longe disso. Falar que é tal partido, que não sei o quê… não, não. Dá para apurar o caso — observou.

— Por que a pena dele (Adélio) tem que ser abaixo de um homicídio em si? Vamos mudar isso no futuro, se Deus quiser, caso eu seja Presidente. E mais ainda: vamos acabar com a progessão da pena.

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