segunda-feira, 13 de novembro de 2017

No Cafezinho] Luciana analisa política de alianças no País

Em entrevista ao programa digital, a deputada federal afirmou que a polarização política no Brasil não pode nortear as alianças eleitorais no ano que vem

Por: Blog da Folha 



O lançamento da pré-candidatura da deputada estadual Manuela D’Ávila (RS) a presidente do Brasil colocou o PCdoB no centro do debate sobre as eleições do ano que vem. O partido, que foi um dos maiores críticos do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), terá de provar que é capaz de oferecer uma solução viável para a crise político-econômica que se perpetua. 

Consciente de que a legenda não conseguirá vencer o pleito e muito menos governar o País sem o suporte de uma boa base de apoio partidário, a deputada federal Luciana Santos defende: “A gente não pode dividir a relação dos partidos entre golpistas e não golpistas”. “Até porque muitas pessoas que estiveram à frente do golpe são as que têm mais sofrido com as consequências disso. Pois não mediram exatamente o que estava em jogo”, colocou, em entrevista à coluna digital No Cafezinho desta semana.

Questionada sobre uma possível aliança nacional com o PMDB, Luciana resgatou a origem do partido para argumentar que “é difícil governar sem eles”. “O PMDB é assunto singular. Era o antigo MDB no tempo da resistência da ditadura. Era um partido guarda-chuva. Era proibido muitos partidos existirem. Então a gente tem que olhar o PMDB pela realidade objetiva da política brasileira. Era um partido da resistência à ditadura e era uma frente de várias correntes. Mas a questão objetiva é que eles têm muita capilaridade. Tanto é que de lá para cá, independente se o governo é de direita, de centrou ou de esquerda, ele estará no governo. É difícil governar sem eles”.

A pós-comunista também condenou o clima de polarização política no Brasil. “A gente vive um ambiente de tanta instabilidade política que não dá para discutir o sistema político e as relações entre os partidos sobre este prisma, que é relevante, porque quem acompanhou isso cometeu um erro grave e hoje está pagando por este erro. Se a gente não distinguir projeto e programa de país em relação às circunstâncias das forças políticas, a gente se perde. Nunca vamos entender quais são as saídas para o Brasil”.

Para explicar sua tese, afirmou que os partidos precisam estar cientes de que a maioria da população “não é de esquerda nem de direita”. “A ideologia de esquerda e direita ela galvaniza poucas parcelas da população. Ela quer ver o país prosperar, quer ser feliz e ter emprego. Então o papel dos partidos que tem perspectiva e pensam no Brasil, tem que pensar que deve ter um fio condutor que aponte um programa para resolver a crise e retomar o crescimento e garantir inclusão social. Porque se a gente ficar na clivagem só no espectro das forças políticas, as pessoas vão se confundir o tempo todo. Não vão entender como tanta gente muda de partido e tanta gente muda de aliança”, destacou.

Ao lembrar que o ex-presidente Lula disse recentemente que estava “disposto a perdoar os golpistas”, Luciana ponderou que, na verdade, os partidos que voltarem a estar ao lado do petista é que estão “arrependidos do que fizeram”. “Por isso que Lula usou a palavra 'perdão'. Ele é muito sabido e usa palavras muito simbólicas. Ele quis dizer que continuava com sua postura e que os outros é que estão mudando de novo de lado”, pontuou.

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