quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Gilmar diz que o STF errou ao não impor “limites” a Rodrigo Janot

O ministro Gilmar Mendes (STF), que está em Paris desde o início desta semana, criticou duramente o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em razão do vazamento dos áudios do empresário Joesley Batista em que ele tenta envolver nas “maracutaias” em que se meteu pelo menos quatro dos 11 ministros da Suprema Corte.

Joesley já pediu desculpas ao STF dizendo que o que falou sobre ele (Supremo) não é verdade, ao passo que a presidente Carmem Lúcia já enviou ofício à Polícia Federal e ao MPF pedindo que os fatos sejam investigados.

Gilmar Mendes disse também que a denúncia oferecida ontem por Janot contra os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, e a segunda que faria contra o presidente Michel Temer, são uma tentativa de fazer um “grand finale”, já que deixará o cargo no próximo dia 17.

“Eu imagino que o procurador-geral pensou em fazer um grand finale, oferecer várias denúncias, inclusive a última contra o presidente da República. Mas acho que ele conseguiu coroar ‘dignamente’ o encerramento de sua gestão com esse episódio Joesley. Ele fez jus a tudo o que plantou ao longo de todos esses anos, e essa será a marca que nós vamos guardar dele: o procurador-geral da delação Joesley, desse contrato com criminosos, dessa fita”, acrescentou Gilmar Mendes.

A seu ver, foi o próprio Janot quem tentou envolveu o STF na delação de Janot, o que revelaria a “pouca qualidade institucional” do procurador.

Disse também que a nomeação de Janot foi “a maior tragédia que já aconteceu na Procuradoria Geral da República” e que o STF errou ao não impor limites ao procurador geral.

“Um dos objetivos (de Joesley Batista, que fez acordo com Janot para não ir preso) era me gravar, entregar minha cabeça, porque era assim que o Janot operava. Isso mostra que estão usando a delação premiada como vingança política”, disse ainda o presidente do TSE.

Em sua opinião, Janot tentou envolver o Supremo na “operação tabajara” mas o trabalho foi mal feito. “Se há erro no Supremo, portanto, é não ter colocado limites nos delírios de Janot, apenas isso”.

Essa briga pessoal entre Gilmar e Janot vem de longe e, pelo jeito, não vai se encerrar com a saída deste último do cargo de procurador geral.(Do Blog Inaldo Sampaio)

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