quinta-feira, 13 de julho de 2017

“O nome da crise é Temer”, diz André de Paula

Larissa Rodrigues, especial para o blog do Magno

Ao antecipar o seu voto pela abertura da investigação do presidente Michel Temer (PMDB), em entrevista ao Frente a Frente, o deputado André de Paula, presidente estadual do PSD, afirmou que a crise tem nome. “O nome é Temer. Nós precisamos afastar a crise, porque o Brasil é maior do que o interesse partidário, pessoal ou circunstancial. Vamos trabalhar para essa página ser virada”, afirmou. O parlamentar disse que Temer atrasa as mudanças importantes para a retomada do crescimento do País.

“Nós temos hoje 14 milhões de brasileiros desempregados, uma economia em colapso, os estados e municípios no pior momento. Precisamos modernizar a economia, avançar com as reformas. Sou entusiasta dessa bandeira. Hoje, cheguei ao convencimento de que o presidente Temer, que ajudava as reformas, agora impede as reformas. O Congresso parou. Nós não estamos decidindo nada porque a crise tem nome. O nome é Temer”, voltou a enfatizar.

Para ele, o que o Brasil tem assistido não autoriza o Congresso a não permitir uma investigação. O PSD, segundo André, reuniu a bancada na manhã de hoje e dos 37 deputados com direito a voto, 26 estavam presentes e se manifestaram contra a abertura do processo. “A ampla maioria optou por encaminhar a votação no plenário contrariamente à admissão da investigação”, disse, para acrescentar:

“Eu tive a oportunidade de defender uma tese contrária e justificar aos meus companheiros minha posição. Vou votar usando o mesmo compasso que usei com a presidente Dilma, com o mesmo rigor de julgamento”, declarou, acrescentando:  “Lá (no Supremo), o presidente vai ter a oportunidade de promover sua defesa e deixar claro, se for o caso, sua honestidade, correção e conduta. Eu, pessoalmente, a partir dessa reunião do partido, me senti a vontade para exteriorizar minha posição”.

Questionado se não teme ser forçado a deixar o partido, o deputado destacou que tomou cuidados ao externar seu posicionamento. “Essa minha posição, a rigor, eu já tinha tomado há mais de três semanas. Em minha consciência, já tinha formado um juízo de valor. Sou presidente estadual e membro da executiva nacional, tenho uma relação que Pernambuco sabe de amizade pessoal com o presidente Gilberto Kassab (do PSD), que é ministro do governo Temer (Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações). Precisava, dentro do partido, participar dessa discussão e ter a garantia que tive hoje de que os deputados a favor da admissibilidade – estou incluído entre eles - estão autorizados a votar com as suas consciências. Tanto que a executiva não vai se reunir para fechar questão.”

Sobre possíveis pressões de Kassab, André relatou uma longa conversa com o ministro. Segundo ele, Kassab está empenhado para que o partido marche no máximo que puder, do ponto de vista numérico, fortalecendo a posição do governo. “Mas eu conversei com o presidente (Kassab) e disse a ele que acho que essa matéria não é de governo ou oposição, não é de partido, mas de convicções pessoais, valores, forma de encarar o mundo. E eu não votaria contra aquilo que acredito, mesmo se meu partido me constrangesse. Mas nós temos uma sólida tradição de liberdade de expressão dos deputados.”

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