Desde a sua criação, o Mercosul tem aprovado normas de alcance regional que criam direitos e benefícios para os cidadãos dos países participantes do acordo, facilitando aspectos práticos de seu dia a dia. Para discutir o futuro do Mercosul, o Ponto a Ponto que vai ao ar neste sábado (22), à meia-noite, na BandNewsTV, e que é apresentado pela jornalista Monica Bergamo e pelo cientista político Antonio Lavareda, receberá o coordenador do curso de Relações Internacionais da PUC, Carlos Gustavo Poggio.
O processo inicial de integração do Mercosul foi muito bem sucedido e teve a ver com o fato de que Brasil e Argentina acabaram se complementando em algumas questões. "A América do Sul é um grande exportador de commodities e os grandes consumidores são os países desenvolvidos. A América do Sul é um grande importador de manufaturados e os exportadores desses produtos são, majoritariamente, os países desenvolvidos. E isso faz que a América do Sul seja pouco integrada entre si e mais integrada, no quesito econômico, com outros países fora da região. Daí explica o porquê de a integração da América do Sul sempre teve um forte aspecto político maior que o econômico", diz Poggio.
Segundo mostrou a pesquisa realizada pelo Latinobarómetro em 2016, 55% dos brasileiros são a favor da integração política do país com outros do Mercosul. Já 66% concordam com a integração econômica do Brasil com os demais países do bloco econômico. Outro ponto relevante é que para a população dos países da América Latina, 71% acham benéfico o uso de capital estrangeiro na economia de seu país.
Carlos Gustavo Poggio é autor do livro "Brazil, the United States, and the South American Subsystem: Regional Politics and the Absent Empire", que foi considerado pela revista "Foreign Affairs" como um dos melhores livros de relações internacionais de 2012.
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