quinta-feira, 12 de julho de 2018

Vacina contra a dengue já está em estudos clínicos em 14 mil voluntários brasileiros


O Instituto Butantan avança nos testes para a aplicação e produção em larga escala da vacina tetravalente contra os quatro tipos virais da dengue. O estudo clínico com seres humanos, formado por adultos e adolescentes, já recrutou 14 mil voluntários de um total previsto de 17 mil em todo o território nacional. O programa de estudos ficará completo com o grupo de crianças, que já conta com mais de 2,6 mil inscritos de 5 mil previstos.

O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações se reuniu com o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Marco Antonio Zago, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu e Covas, e o diretor financeiro da Empresa Brasileira de Inovação e Pesquisa (Finep), Ronaldo Camargo, para discutir a liberação de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para o desenvolvimento da vacina. O projeto deve receber R$ 83,6 milhões da Finep nos próximos cinco anos para viabilizar a continuidade dos ensaios clínicos.

Além disso, o projeto é financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que já disponibilizou R$ 97 milhões, e pelo Ministério da Saúde, que repassou R$ 100 milhões para o projeto. De acordo com o Instituto Butantan, a previsão é que a fábrica para a produção da vacina entre em operação de qualificação em janeiro de 2019.

Vacina

Antes de ser disponibilizada à população, a vacina é estudada em modelos animais, os chamados estudos pré-clínicos. Essa etapa já foi vencida. Agora está em testes em humanos, os estudos clínicos, para observar a capacidade da imunização em estimular o sistema imunológico para a produção de anticorpos. Por fim, busca-se a comprovação de que a pessoa vacinada está protegida contra a infecção.

Na primeira fase, uma pequena produção de vacina com os quatro vírus atenuados foi feita nos Estados Unidos para avaliar sua segurança nas pessoas. Foi demonstrada a segurança e esses organismos foram encaminhados ao Instituto Butantan para o aprimoramento e produção da vacina e realização dos estudos clínicos. Logo depois, ao receber os vírus da vacina, o Butantan desenvolveu uma técnica para que ela tivesse validade de mais de um ano e pudesse ser usada como qualquer outra vacina. Finalmente, tiveram início os estudos de fase 3, que podem confirmar sua eficácia.

“Cumprido o protocolo da ciência responsável, teremos uma vacina capaz de combater, com apenas uma dose, os quatro vírus da dengue. Essa conquista será destaque na história da ciência brasileira e o Instituto Butantan afirmará mais uma vez a importância de uma instituição pública à frente da produção de imunobiológicos”, disse o diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu e Covas.

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