quinta-feira, 19 de outubro de 2017

CUNHA PEDE EM ARTIGO TRATAMENTO IDÊNTICO AO DE AÉCIO


Ex-deputado Eduardo Cunha, que acolheu o pedido ilegal de impeachment e é acusado de comprar deputados, quer agora que o STF lhe dê o mesmo tratamento conferido ao senador Aécio Neves, seu parceiro no golpe; em artigo publicado na Folha, Cunha indaga as razões de ter recebido um tratamento diferente do tucano; "o plenário da Câmara, naquele momento, manteria meu afastamento? Seria eu cassado se a votação se desse comigo no mandato, exercendo a minha defesa (fui proibido, inclusive, de visitar os gabinetes dos deputados para me defender e pedir o voto)?"

247 - O ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, preso em Curitiba por determinação de Sérgio Moro, publicou um artigo nesta quinta-feira em que pede tratamento semelhante ao do senador Aécio neves, seu parceiro no golpe que destituiu Dilma Rousseff. 

Confira abaixo trechos do texto:

!Assistimos no último dia 11 ao acolhimento, pelo Supremo Tribunal Federal, da ação de inconstitucionalidade 5.526, proposta pelos partidos PP, PSC e SD, após decisão unânime do STF em 5 de maio de 2016 pelo meu afastamento da presidência da Câmara dos Deputados e do meu mandato. Mandato que foi obtido da mesma forma que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) obteve o seu, ou seja, pelo voto popular.

Como a decisão sobre o meu mandato foi do plenário do STF, não cabia recurso. Por isso articulei com os partidos a apresentação daquela ação, visando ao menos a garantir ao Congresso a última palavra.

Infelizmente, a ação foi engavetada e não levada ao plenário como agora foi.

É importante lembrar que nem o senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), preso em flagrante duvidoso, teve o mandato suspenso. E, nesse caso, o Senado se acovardou -até o senador Aécio Neves e o seu partido votaram para manter aquela prisão. É preciso historiar os fatos.

(...)

A pergunta que se faz é: o plenário da Câmara, naquele momento, manteria meu afastamento? Seria eu cassado se a votação se desse comigo no mandato, exercendo a minha defesa (fui proibido, inclusive, de visitar os gabinetes dos deputados para me defender e pedir o voto)?

Estaria eu preso preventivamente, de forma alongada, por um ano, em uma irregularidade comum nas decisões da república de Curitiba? Quem me quer como troféu? Ou será que a decisão foi apenas pelo fato de o nome da capa do processo ser Eduardo Cunha e por ele ter conduzido o impeachment?"

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