sexta-feira, 26 de agosto de 2016

MORTE DE INVESTIGADO PELA OPERAÇÃO TURBULÊNCIA CONTINUA SEM EXPLICAÇÕES


Morte do empresário Paulo César Morato, apontado pela Operação Turbulência como suspeito de ser o operador de um esquema que movimentou R$ 600 milhões e que teria financiado campanhas do PSB em Pernambuco, continua sem explicações dois meses após o corpo ser encontrado em um motel de Olinda; Polícia Civil ainda não conseguiu afirmar se o empresário se matou ou se foi assassinado; operação investigava esquema de empresas de fachada ligado à compra do avião Cesna Citation utilizado por Eduardo Campos (PSB) no dia de sua morte

Pernambuco 247 - A morte do empresário Paulo César Morato, apontado pela Operação Turbulência como suspeito de ser o operador de um esquema que movimentou R$ 600 milhões e que teria financiado campanhas do PSB em Pernambuco, continua sem explicações dois meses após o corpo ser encontrado em um motel de Olinda, na Região Metropolitana do Recife. Após uma série de erros e controvérsias, a Polícia Civil de Pernambuco ainda não conseguiu afirmar se o empresário se matou ou se foi assassinado.

De acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS), o caso está sob responsabilidade da delegada Gleide Ângelo, que possui autonomia sobre as investigações. "Qualquer manifestação sobre o caso será realizada por ela, desde que assim entenda oportuno e conveniente", informou a SDS ao portal G1 Pernambuco.

A Operação Turbulência foi deflagrada no último dia 21 de junho pela Polícia Federal com o objetivo de investigar um esquema de empresas de fachada ligado a compra do avião Cesna Citation utilizado pelo ex-governador Eduardo Campos (PSB) no dia em que um acidente aéreo matou o então candidato à Presidência da República e outras seis pessoas em agosto de 2014.

Morato, que foi encontrado morto em um motel no dia 22 de junho, foi um dos cinco indiciados pela Polícia Federal como integrante do esquema que teria movimentado R$ 600 milhões. A suspeita é que parte dos recursos tenha sido empregado em campanhas políticas do ex-governador Eduardo Campos e outros políticos do PSB.

A polêmica envolvendo as investigações começou logo após o corpo ser encontrado. No dia 30 de junho, um laudo apontou a causa da morte como sendo envenenamento por um organofosforado, conhecido por "chumbinho", utilizado para matar ratos, um veneno usado para matar ratos. A circunstância do óbito, porém, não foi informada.

No início de julho, uma nova perícia foi feita no motel e as imagens das câmaras de segurança foram requisitadas. Após a conclusão do inquérito, a PF indiciou 18 pessoas, incluindo quatro empresários pernambucanos que atualmente estão presos no presos no Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel), na Região Metropolitana.

Em agosto a Justiça federal apresentou denúncia contra 18 dos 20 indiciados pelos crimes de lavagem de dinheiro originário do superfaturamento de obras públicas e pelo pagamento de propinas a agentes políticos e funcionários públicos.

Segundo as investigações, Morato era responsável pela empresa fantasma Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplanagem Ltda, que teria recebido cerca de R$ 19 milhões da empreiteira OAS em recursos desviados de obras públicas e em seguida repassado o dinheiro utilizado para a compra do avião usado por Campos.

Na época da perícia no motel, os papiloscopistas acusaram a SDS de interferir no trabalho, o que teria atrapalhado a coleta de provas necessárias para apurar as circunstâncias da morte de Morato. As polícias Civil, Federal e Científica, no entanto, descartaram a possibilidade de interferências externas ou erros processuais.

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